
Essa matéria que você vai ler, não é um assunto jornalístico ou de notícias. É um tema desconhecido da humanidade e do conhecimento dos poucos que tiveram a graça de lê-lo na Obra de Maria Valtorta. Por isso, não se apresse. Vá com calma. Leia devagar, pensando nas palavras que revelam fatos arcanos que a humanidade desconhece, mas que o Senhor Jesus e Sua Santíssima Mãe decidiram dar a conhecer aos poucos privilegiados que a ela chegam. Por isso, se as 20 páginas deste escrito lhe parecem muito longas, muito extensas para ler, pare por aqui. Volte outro momento, em que seu espirito esteja aberto para receber e acolher a transcendentalidade, a beleza desconhecida e inimaginável trazida pela Virgem Maria, neste escrito. Esse tema exige ser degustado e deleitado por um espirito em estado de paz, de calma e sem pressa, não importando o que nos cerca. Pois sem isto, não entenderemos e nem poderemos nos aprofundar no conhecimento que a Mãe Santíssima pretendeu nos dar. No Chamado de Amor e Conversão de 14 de março de 2014 nossa Divina Mãe citou o Profeta, Oseas 4, 6, que disse: “Meu povo perece por falta de conhecimento.”
Obra Consultada para este escrito:
Extraído da Obra O EVANGELHO COMO ME FOI REVELADO da Mística italiana Maria Valtorta – Volume Primeiro – Capítulos 1-78 – pág. 159 a 167 – do Centro Editoriale Valtortiano – Direitos Reservados – Título Original: L’Evangelo come mi è stato rivelato – Copyright @2000 by Centro Editoriale Valtortiano srl – Viale Piscicelli 89-91 – 03036 – Isola del Liri – Itália – ISBN 88-7987-076-9 – Versão portuguesa impressa na Itália, 2000 pelo Centro Editorale Valtortiano srl.
– Site Oficial de Maria Valtorta, em italiano, frances e inglês:
Este escrito tomou por base a obra da mística italiana Maria Valtorta, nascida em 14 de março de 1897 em Caserta, Itália, intitulada “L’evangelo Come Mi È Stato Rivelato” ou “O Evangelho Como Me Foi Revelado.”
Em 1920, enquanto caminhava pelas ruas de Florença, Maria sofreu um ataque de um fanático socialista. O homem bateu nela com uma barra na coluna, na altura dos rins, causando sua paralisia. Em 23 de abril de 1943, na Sexta-Feira Santa, teve o primeiro “ditado” pelo Senhor Jesus, que marcou o início de uma prodigiosa produção literária para tamanho, altura de inspiração, valor do conteúdo, valor estilístico, caminho e tempo de escrita.
Nos seus escritos, Valtorta narra as visões e ditados feitos pelo Senhor Jesus e por sua Santíssima Mãe Virgem Maria. A parte descrita neste artigo, sobre o nascimento do Senhor Jesus, foram ditadas pela Santíssima Mãe. Permanecendo meio sentada na cama, paralisada da cintura para baixo, Maria escreveu tudo com sua própria mão, com uma caneta-tinteiro, em cadernos comuns, apoiados em seus joelhos arqueados, ininterruptamente, por anos, em um jato, sem reler e corrigir, enquanto ela estava exausta por sofrimentos de todos os tipos, e confortada por sequestros de alegria espiritual, em um esconderijo desejado para que ela fosse conhecida apenas após a morte.
Ela morreu em sua casa em Viareggio, em 12 de outubro de 1961, como se obedecesse às palavras do Padre que recitava a oração pelos moribundos: “Parta, alma cristã, deste mundo”. Ela tinha 64 anos e estava na cama há 27 anos e meio. Doze anos depois, em 2 de julho de 1973, os restos mortais de Maria Valtorta, foram transferidos do Camposanto della Misericordia, em Viareggio e foram enterrados em Florença, na capela do Capítulo do Grande Claustro da Basílica-Santuário de Ss. Annunziata.
No seu primeiro Caderno, que foi de 1945 a 1950, em 18 de fevereiro de 1947 Maria Valtorta escreveu, no original italiano:
“Dice Gesù: ‘Quell’Opera sono Io. Non solo sono Io che la detto e la illustro, ma sono Io che la vivo, Io che mi vi presento quale ero ai miei giorni mortali…’ – I Quaderni dal 1945 al 1950, 18 febbraio 1947”
Ou:
“Jesus diz: “Esse trabalho sou eu. Não só sou eu quem diz e ilustra, mas sou eu quem vive, Eu que me apresento a você como eu era nos meus dias mortais…’ “
Neste primeiro volume, base do presente escrito, o primeiro ditado do Senhor Jesus a Valtorta é de 22 de agosto de 1944. E assim está: 22 de agosto de 1944: Jesus me ordena: “Pega um caderno todo novo. Copia na primeira folha o ditado do dia 16 de agosto. Neste livro se falará Dela.” Obedeço e copio. [Nota: “Dela” o Senhor Jesus refere-se à Santíssima Mãe.]
“O Evangelho Como Me Foi Revelado” é uma obra em 10 volumes, toda ditada pelo próprio Senhor Jesus e por sua Santíssima Mãe. Narra o nascimento e infância da Virgem Maria e de seu filho Jesus, os três anos da vida pública de Jesus, que constituem a maior parte da obra, sua paixão, morte, ressurreição e ascensão, o alvorecer da Igreja e a Assunção de Maria.
Literariamente elevada, a obra descreve paisagens, ambientes, pessoas, acontecimentos, com a vivacidade de uma representação; apresenta personagens e situações com clara habilidade introspectiva; expõe alegrias e dramas com o sentimento de quem realmente participa; informa sobre características ambientais, costumes, ritos, culturas, com detalhes impecáveis. Sentada na cama, Maria Valtorta escrevia em cadernos normais, manuscritos, correndo, sem preparar diagramas nem corrigir depois. Frequentemente, a escrita dos episódios da obra maior se alternava com a de outros temas que, posteriormente, dariam corpo às obras menores.
29. O nascimento de Jesus. Eficácia salvífica da divina maternidade de Maria.
6 de junho de 1944.
1 Vejo ainda o interior deste pobre refúgio rochoso, onde José e Maria encontraram o abrigo que eles compartilham com uns animais. Um pequeno fogo está cochilando junto com o seu guardião. Maria levanta um pouco a cabeça da enxerga, e olha. Vê José com a cabeça inclinada sobre o peito, como se estivesse pensando, e ela mesma também fica pensando que o cansaço possa ter vencido a boa vontade que ele tem de ficar o tempo todo acordado. Maria sorri com um sorriso cheio de bondade e, fazendo menos barulho do que pode fazer uma borboleta ao pousar sobre uma rosa, se põe sentada e, depois de sentada, se põe de joelhos. E reza com um sorriso feliz em seu rosto. Reza de braços abertos, não propriamente cruzados, mas quase, e com as palmas viradas para o alto e para a frente, e nem parece ficar cansada naquela penosa posição. Depois se prostra com o rosto contra o feno, em um oração ainda mais intensa. É uma longa oração.
José desperta. Vê que o fogo está quase apagado e que a gruta está ficando escura. Joga nele um punhado de gravetos bem finos, e a chama se ergue de novo. Procura depois uns galhos mais grossos, porque o frio deve estar de gelar. É o frio da noite serena de inverno, que entra pelos os lados da gruta. O pobre José, perto da porta – chamamos assim de porta, a abertura sobre a qual está estendido seu manto – deve estar se enregelando. Ele aproxima as mãos da chama, desata as sandálias, aproxima dela também os pés. Procura aquecer-se. E, quando o fogo já está bem vivo e sua luz está firme, ele lhe vira as costas. Mas agora não vê nada, nem mesmo a brancura do véu de Maria, que antes formava ainda uma linha clara sobre o feno escuro. Ele se põe de pé e, lentamente, vai-se aproximando da enxerga.
– “Não estás dormindo, Maria?” ele pergunta.
E faz a mesma pergunta três vezes, até que Maria estremece, e lhe responde: “Estou rezando”.
– “Não estás precisando de nada?”
– “Não, José”.
– “Procura dormir um pouco. Ou, pelo menos, descansar”.
– “Vou procurar. Mas rezar não me cansa”.
– “Até logo, Maria”.
– “Até logo, José”.
Maria volta à sua posição. José, para não cair de novo no sono, põe-se de joelhos perto do fogo, e reza. Reza apertando as mãos sobre o rosto. Tira-as, cada vez que ele precisa alimentar o fogo, e depois volta à sua fervorosa oração. Com exceção do barulho da lenha que crepita no fogo e do burrinho que, de vez em quando, bate um casco no chão, não se ouve nada.
29.2 – 2 Um pouco de luar está entrando por uma fenda do teto, e parece uma lâmina de alguma prata imaterial, que se vai aproximando de Maria. A lâmina vai-se alongando, à medida que a lua vai ficando mais alta no céu e, finalmente a alcança. Agora, já está sobre a cabeça da orante, ornando-a com uma auréola de luz.
Maria levanta a cabeça, como se tivesse sido chamada por uma voz do céu e se põe de novo de joelhos. Oh! Como é belo aqui. Maria ergue de novo a cabeça que parece estar brilhando, a luz branca da lua, e um sorriso não humano a transfigura. Que é que ela estará vendo? Que estará ouvindo? Que estará experimentando? Somente Ela poderia dizer o que está vendo, ouvindo e o que experimentou na hora esplendorosa da sua Maternidade. Eu vejo apenas como, ao redor Dela, a Luz cresce, cresce, vai crescendo sempre mais. Parece descer do Céu, parece sair das pobres coisas que estão ao redor Dela, mas parece ainda mais que emanem Dela mesma, ainda mais.
Sua veste, de um azul escuro, parece agora de um suave celeste de miosótis. Suas mãos e seu rosto parecem ficar de um azul muito delicado, como os de alguém que fosse colocado sob o foco de uma imensa safira clara. Esta cor me faz lembrar, ainda mais tênue, as cores que eu vejo do Santo Paraíso, e também a cor que eu vi na visão da chegada dos Magos, uma cor que se vai difundindo por sobre as coisas todas e as vestes, e as vai purificando todas, e tornando-as resplandecentes.
A luz, que se desprende sempre mais do corpo de Maria, absorve a luz da lua, e parece que Ela atrai para si toda a luz que lhe pode vir do céu. Agora Ela já é a Depositária da Luz.
É Ela que deve dar esta Luz ao mundo. E esta Luz beatífica, incontrolável, imensurável, eterna e divina, está para ser dada, e se anuncia como uma aurora, uma luz que vem crescendo, como um coro de átomos que vem aumentando, aumentando, como a maré que sobe, e sobe como a nuvem do incenso, para descer depois como uma enchente e estender-se como um véu…
O teto, cheio de fendas, teias de aranha, de entulhos que em cima se estendem para frente, e que estão em equilíbrio por um milagre de estática, esse teto que estava antes tão enegrecido, esfumaçado e repelente, está parecendo agora o teto de uma sala real. Cada uma das grandes pedras é um bloco de prata, cada fenda é como um lampejar de opalas, cada teia de aranha é um baldaquim precioso, confeccionado com prata e diamantes. Uma lagartixa grande e verde, que está dormindo em letargia entre duas pedras, parece um colar de esmeraldas esquecido lá por uma rainha. Um cacho de morcegos, também em letargia, parece um precioso lampadário de ônix. O feno que está na manjedoura de cima, já não é mais uma erva: são fios e mais fios de prata pura, que tremulam no ar com a graça de uma cabeleira solta.
A manjedoura de baixo está com sua madeira de cor escura transformada em um bloco de prata brunida. As paredes estão cobertas de um brocado no qual a alvura da seda desaparece sob o bordado opalino do relevo, e o solo… Que é o solo agora? É como um cristal que tem acendido em si uma luz branca. As saliências são como rosas de luz projetadas em homenagem ao solo; e os próprios buracos são vasos preciosos, de onde devem emanar aromas e perfumes.
29.3 – 3 E a luz vai-se tornando cada vez mais forte. Ela já está insuportável para a nossa vista. A Virgem desaparece nela, como se estivesse sendo absorvida por um véu incandescente… E dele surge a Mãe. Sim, quando a luz volta a ser suportável aos meus olhos, vejo Maria já com o Filho recém-nascido nos braços.
Um pequenino, todo róseo e gorducho, que agita os braços e esperneia. Tem as mãozinhas do tamanho de botões de rosa e seus pezinhos caberiam na corola de uma rosa. Ele solta vagidos em sua vozinha tremula, como um cordeirinho que acaba de nascer, abrindo a boquinha, que mais parece um moranguinho selvagem e mostrando a linguinha que bate repetidamente contra o véu palatino. Move a cabecinha loira, que me parece quase sem cabelos, essa cabecinha redonda que a Mamãe sustenta na palma da mão, enquanto olha o menino e o adora, chorando e rindo ao mesmo tempo e se inclina para beijá-lo não em sua cabecinha, mas em seu peito, onde está batendo seu coraçãozinho, batendo por nós. É nesse coração que um dia haverá uma Ferida. E Maria, com antecipação, já medica tal ferida, com seu beijo imaculado de Mãe.
O boi, despertado pela claridade, levanta-se, fazendo um grande barulho com seus cascos, e muge, enquanto o burrinho vira a cabeça e urra. É a luz que os desperta, mas eu gosto de pensar que eles quiseram saudar o Seu Criador, por si mesmos, mas também por todos os animais.
29.4 – 4 Também José, que quase extasiado, estava rezando de um modo tão recolhido, que nem sabia dar notícia do que estava acontecendo ao redor dele, também ele volta a si da oração, e por entre os dedos das mãos, que estão unidas sobre o rosto, vê filtrar-se aquela estranha luz. Tira, então, as mãos do rosto, levanta a cabeça e se vira para trás. O boi, que agora se pôs de pé, está escondendo Maria. Mas ela diz: “José, vem cá”.
José se aproxima dela. E, ao ver, para dominado por um sentimento de reverência, e está para cair de joelhos lá mesmo no lugar em que está. Mas Maria insiste, dizendo: “Vem cá, José” e, firmando a mão esquerda sobre o feno, com a direita Ela segura apertado contra o seu coração o menino e se levanta, indo ao encontro de José, que vem caminhando à maneira de um trôpego, embaraçado por causa do contraste entre o seu desejo de andar e o temor de estar sendo irreverente. Aos pés do catre, os dois esposos se encontram e olham um para o outro num só e feliz pranto.
“Vem, vamos oferecer Jesus ao Pai”, diz Maria. E, enquanto José se ajoelha, Ela se põe de pé entre dois troncos que sustentam o teto, levanta o Filho em seus braços, e diz: “Eis-me aqui, senhor. Por Ele, o Deus, eu te digo esta palavra. Eis-me aqui para fazer a tua vontade. E com Ele, eu, Maria e José, meu esposo. Eis-nos aqui, nós teus servos, senhor! Seja feita sempre por nós, em toda a hora e em todos os acontecimentos, a tua vontade, para a tua glória e pelo teu amor”.
Depois, Maria se inclina e diz: “Pega-o, José”, e lhe oferece o Menino.
“Eu? E tu o entregas a mim? Oh! Não! Eu não sou digno”. José está completamente apavorado, e se sente aniquilado, só diante da ideia de ter que tocar em Deus. Mas Maria insiste com ele, sorrindo: “Tu és bem digno disso, sim. Ninguém o é mais do que tu. Por isso é que o Altíssimo te escolheu. Toma-O, José, e segura-O, enquanto eu vou buscar as roupinhas.”
José, vermelho como escarlate, estende os braços e pega aquele embrulhinho de carne que está gritando de frio, e quando já está com Ele nos braços, não se deixa mais levar pela vontade de tê-lo afastado do corpo pelo respeito, mas o aperta ao coração, dizendo numa grande explosão de pranto: “Oh! Senhor! Oh! meu Deus!”
Ao inclinar-se para beijar-lhe os pezinhos, percebe que eles estão frios e, então, senta-se no chão e o põe em seu colo e, com a veste marrom e com suas mãos, procura cobri-lo, aquecê-lo e defendê-lo do vento frio da noite. Ele bem que gostaria de ir para perto do fogo, mas por lá passa aquela corrente de ar, que entra pela porta. É melhor ficar entre os animais que servem de escudo contra o ar, e que produzem calor. E, assim pensando, vai ficar entre o boi e o jumento, e se coloca com as costas para a porta, inclinando-se sobre o Recém-Nascido, fazendo do seu peito um nicho, cujas paredes laterais são: uma cabeça cinzenta com longas orelhas e um grande focinho branco, com um nariz que solta um vapor quente, e com os olhos úmidos e cheios de bondade.
29.5 – 5 Maria abriu o baú, e dele tirou linhos e cueiros. Depois foi para perto do fogo e aqueceu os paninhos. Agora Ela vai a José, envolve o Menino naqueles tecidos mornos e no seu véu para proteger-lhe a cabecinha. “Onde vamos colocá-lo agora?”, ela pergunta. José está olhando ao redor, pensativo… “Espera”, diz ele. “Vamos afastar os animais um pouco para lá, e o feno deles também. Depois jogamos para baixo aquele feno que está lá em cima e o colocamos aqui dentro. A madeira da beirada protegerá o Menino do ar frio, o feno lhe servirá de travesseiro, e o boi com seu hálito o aquecerá um pouco. Para isso é melhor o boi. Ele é mais paciente e sossegado”. E José põe mãos à obra, enquanto Maria nina o seu Menino, apertando-o ao coração, e conservando sua face sobre a cabecinha para dar-lhe mais algum calor. José atiça o fogo, sem economizar mais a lenha, para conseguir uma boa chama, esquentar o feno, e à medida que o vai enxugando, para que não se esfrie, o vai colocando no peito. Depois, quando já apanhou o bastante para fazer um colchãozinho para o Menino, vai até à manjedoura e o põe, de modo a tomar a forma de um pequeno berço.
“Está pronto”, diz ele. “Agora precisaríamos de uma coberta, para cobrir o Menino, pois o frio está forte.”
– “Toma o meu manto”, diz Maria.
– “Mas tu ficarás com frio”
– “Oh! Não faz mal! O cobertor é áspero demais. O manto é macio e quente. Eu não tenho frio algum. Mas quero que Ele não sofra mais!” José pega, então o grande manto de lã macia, de cor azul clara, e o coloca dobrado sobre o feno, com uma beirada que fica pendurada para fora da manjedoura. Assim, o primeiro leito do Salvador ficou pronto.
E a Mãe, com passos cheios de graça e de doçura, o leva e lá o coloca com a beirada pendente do manto, ajeitando-o também ao redor da cabecinha descoberta que já começou a afundar-se no feno, protegida contra sua aspereza apenas pelo leve véu de Maria. Permanece descoberto somente o rostinho do tamanho do punho de um homem, e os dois, inclinados sobre a manjedoura, o ficam olhando felizes, enquanto Ele dorme o seu primeiro sono, porque o calor bom dos cueiros e do feno lhe acalmou o choro, e o doce Jesus conciliou o sono.
29.6 – 6 Maria diz: “Eu te havia prometido que Ele te traria a paz. Estás lembrada da paz que havia em ti nos dias de Natal? De quando Me vias com o Meu Menino? Aquele era o teu tempo de paz. Agora é o teu tempo de sofrimento. Mas tu o sabes. É no sofrimento que se conquista a paz e toda graça para nós e o próximo. Jesus-Homem revelou-se Jesus-Deus, depois do tremendo sofrimento da Paixão. Revelou-se como a Paz. Paz no Céu, do qual Ele tinha vindo, derramada sobre aqueles que no mundo O amam. Mas, nas horas da paixão, Ele, a Paz do mundo, foi privado dela. Não teria sofrido, se tivesse tido a paz. Mas devia sofrer. Sofrer de modo completo.
29.7 – 7 Eu, Maria, redimi a mulher com a minha maternidade divina, Mas isso não foi mais que o início da redenção da mulher. Negando-me todo prazer de concupiscência, e merecido a graça de Deus. Isso, porém ainda não bastava. Porque o pecado de Eva era uma árvore de quatro ramos: soberba, avareza, gula e luxúria. Todos os quatro deviam ser cortados, a fim de esterilizar a árvore desde as raízes.
29.8 – 8 Humilhando-me profundamente, eu venci a soberba.
Humilhei-me diante de todos. Não estou falando da minha humildade para com Deus. Esta é devida ao Altíssimo por toda criatura. O Verbo de Deus a teve. Eu, uma Mulher, a devia ter. Mas terás já refletido por quantas humilhações da parte dos homens eu tive que passar, sem me defender de modo nenhum? Até José, que era justo, me havia acusado em seu coração. Os outros, que não eram justos, tinham pecado por murmuração a respeito do meu estado, e o barulho dessas palavras veio, como uma onda amarga, quebrar-se contra a minha natureza humana.
Foram estas as primeiras das infinitas humilhações que a minha vida, como Mãe de Jesus e do gênero humano, me fizeram sofrer. Humilhações de pobreza, humilhações de uma fugitiva, humilhações pelas censuras dos parentes e amigos que, não sabendo a verdade, julgavam fraco o meu modo de ser mãe para com o meu Jesus, quando Ele se tornou jovem. Humilhações durante os três anos do seu ministério, humilhações cruéis na hora do Calvário, humilhações até em ter que reconhecer que eu não tinha com que comprar o lugar e os aromas, para a sepultura do Meu Filho.
29.9 – 9 Eu venci a avareza dos Progenitores, renunciando antecipadamente ao Meu Filho.
Uma mãe não renuncia nunca ao seu filho, a não ser que seja forçada. Se essa renúncia for solicitada ao seu coração pela Pátria, pelo amor de uma esposa, ou até pelo próprio Deus, ela sente o desejo de insurgir-se contra a separação. É natural. O filho cresce em nosso ventre, e nunca é completamente cortada a ligação que sua pessoa tem com a nossa. Mesmo depois de ter cortado o canal vital que é o cordão umbilical, sempre fica um elo espiritual, que nasce no coração da mãe, mais vivo e sensível do que o elo físico, o qual se introduz no coração do filho, esticando até à dor, se o amor de Deus, de uma criatura, da Pátria afasta o filho da própria mãe. Este elo se despedaça, dilacerando o coração, se a morte arrebata o filho de sua mãe. Eu renunciei ao meu Filho, desde o momento em que O tive. Dei-O a Deus. Dei-O a vós. Eu me despojei do Fruto do meu ventre, para reparar o furto cometido por Eva, do fruto de Deus.
29.10 – 10 Eu venci a gula, tanto do saber como do gozar, aceitando saber unicamente o que Deus queria que eu soubesse, sem perguntar a mim mesma nem a Ele nada mais, além do que foi dito.
Acreditei sem investigar.
Venci a gula do gozar, porque neguei a mim mesma nem a Ele nada mais, além do que foi dito. Acreditai sem investigar. Venci a gula do gozar, porque neguei a mim mesma todo sabor de sensualidade. Pus minha carne debaixo dos meus pés. Confinei a carne, instrumento de satanás, colocando satanás debaixo do meu calcanhar, a fim de fazer da carne um degrau para aproximar-se do Céu.
O Céu! Ele era a minha meta. Era lá que estava Deus. Deus, a minha única fome. Fome esta que não é gula, mas sim, necessidade abençoada por Ele, o qual quer que a tenhamos.
29.11 – 11 Eu venci a luxúria, que é a gula, convertida em voracidade, porque todo vício não contido conduz a um vício maior.
A gula de Eva, além de reprovável em si mesma, a conduziu à luxúria. Não lhe bastou procurar a satisfação sozinha. Quis levar o seu delito até uma refinada intensidade, conhecendo e se fazendo mestra de luxúria para o companheiro.
Eu inverti os termos e, em lugar descer, sempre subi. Em lugar de fazer descer, eu sempre atraí para o alto, e do meu companheiro, um homem honesto fiz um anjo.
Agora eu possuía Deus, e com Ele as Suas riquezas infinitas, apressei-me a despojar-me delas, dizendo: “Que seja feita a tua vontade para Ele e por Ele”. Casto é aquele que se auto contém, não só na carne, mas também nos afetos e nos pensamentos. Eu devia ser a casta, para anular a impudica da carne, do coração e da mente.
Não saí da minha reserva, para dizer a respeito do meu único Filho na terra e único Filho de Deus no Céu: “Ele é meu, e eu O quero”.
29.12 – 12 Contudo, isso não bastava para obter para a mulher, a paz perdida por Eva.
Aquela paz eu vo-la obtive aos pés da Cruz, ao ver morrer Aquele que tu viste nascer.
Ao sentir minhas entranhas sendo arrancadas, ao grito do meu Filho que estava morrendo, fiquei vazia de todo feminismo: não mais carne, mas anjo. Maria, a virgem desposada com o Espírito, morreu naquele momento. Ficou a mãe da graça, aquela que do seu tormento gerou e vos deu a Graça.
O gênero da mulher que eu tinha voltado a consagrar na noite de Natal, aos pés da Cruz conseguiu se tornar criatura dos Céus.
Fiz isso por vós, negando-me qualquer satisfação, ainda que santa.
Eu fiz de vós, se o desejais, santas de Deus, vós que fostes reduzidas por Eva a fêmeas não superiores às companheiras dos animais.
Por vós eu subi. Como fiz com José, eu vos levei para o alto. A rocha do Calvário é o Meu Monte das Oliveiras.
Foi dali que eu tomei o impulso para levar a alma da mulher aos céus, de novo santificada, junto com minha carne glorificada, por ter trazido o Verbo de Deus, e anulado em mim todo vestígio de Eva.
Ela foi a última raiz daquela árvore dos quatro ramos venenosos, com a raiz fincada na sensualidade, que arrastou a humanidade à queda e que haverá de morder as vossas entranhas, até o fim dos séculos, até a última mulher.
De lá, de onde agora eu brilho no raio do Amor, eu vos chamo, e vos indico o remédio para vós vencerdes a vós mesmas: a graça do Meu Senhor e o Sangue do Meu Filho.
29.13 – 13 E tu, minha porta-voz, repousa a tua alma na luz desta aurora de Jesus, a fim de que tenhas força para futuras crucificações, que não te serão poupadas, porque te queremos aqui, para onde se vem através da dor; e para tão mais alto se vem, quanto mais se suporta o sofrimento, a fim de obter graça para o mundo. Vai em paz. Eu estou contigo”. (Pág. 167 – Vol. 1)
A Santa Mãe:
Querido filho! Eu sou vossa Mãe. Mãe do Coração Doloroso e Imaculado da Encarnação do Filho de DEUS. Filho! Eu sou a Luz. A Luz da Encarnação do Filho de DEUS. Eu sou a plataforma dos pés do Pai. Eu sou o Trono da Divina Sabedoria. Eu sou o núcleo do Santíssimo Mistério da Encarnação.
Amado filho: Eu disse sim, no momento solene da Anunciação. Eu digo Sim, porque sou só uma criatura indigna do Amor do Pai. Indigna quanto a carne. Mas digna quanto ao espirito. Pois fui livrada, por sua Misericórdia e Amor, do pecado original. E, é mais, de toda mancha original e perversidade do demônio, que já conhecia minha missão. Porque ele já tinha temor de minha existência. Porque sou Eu, a que esmagou sua cabeça. (Gen, 3,15)
Amado filho. Por isso, no grande momento da Anunciação, chegou à Plenitude, a Realização, a Criação Plena de minha vida. Por que Plena? Porque fui criada para trazer-lhes o Salvador, o Amor.
Filhinhos: Neste momento solene disse Sim. O universo sofreu um colapso; os astros obscureceram; a loucura do mundo nesse momento parou; o inferno tremeu, e o demônio chorou e gritou frustrado e vencido, porque chegava o momento da Libertação, da Salvação, da Redenção.
Por isso, a Luz desse momento, saiu desde Meu Santo Ventre. O Deus Supremo Me entregava seu Filho. Cada Palavra saída da boca do Pai, reuniu-se toda em Meu Ventre, para formar nele, através do Santo Espirito, o Santo dos Santos, o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Meu Ventre aberto, para que entrasse o Senhor. Eu disposta, com humildade e obediência à Vontade do Pai, inclusive, ainda, o assombro de todos os Bem-aventurados, dos Anjos e Profetas. Era o Momento Preciso, a Pedra Base, a Rocha Firme da Redenção dos homens.
Pode-se dizer, filhinho Meu, que o primeiro Calvário foi Meu Santíssimo Ventre, porque nele se aniquilou o Filho do Homem, profetizado por Daniel. Porque em Meu Ventre se entregou à vontade do Pai, e aqui, em Meu Ventre, iniciou toda a história bela de Amor e Redenção das almas. Amém.
a-) Como descrito acima, na visão e ditado místico dado pela própria Santíssima Virgem Maria à Maria Valtorta, os momentos que antecederam o nascimento do Senhor Jesus, tiveram inicio com “Um pouco de luar entrando por uma fenda do teto, e parece uma lâmina de alguma prata imaterial, que se vai aproximando de Maria. A lâmina vai-se alongando, à medida que a lua vai ficando mais alta no céu e, finalmente a alcança. Agora, já está sobre a cabeça da orante, ornando-a com uma auréola de luz.”
b-) Sobre essa luz, diz Valtorta, “vejo apenas como, ao redor Dela, a Luz cresce, cresce, vai crescendo sempre mais. Parece descer do Céu, parece sair das pobres coisas que estão ao redor Dela, mas parece ainda mais que emanem Dela mesma, ainda mais.”
c-) Essa luz vinda do Céu é “Uma Luz vai desprendendo do Corpo de Maria. A luz, que se desprende sempre mais do corpo de Maria, absorve a luz da lua, e parece que Ela atrai para si toda a luz que lhe pode vir do céu. Agora Ela já é a Depositária da Luz.”
d-) Finalmente, “a luz vai se tornado mais forte e absorve Maria. 29.3 – 3 E a luz vai-se tornando cada vez mais forte. Ela já está insuportável para a nossa vista. A Virgem desaparece nela, como se estivesse sendo absorvida por um véu incandescente… E dele surge a Mãe. Sim, quando a luz volta a ser suportável aos meus olhos, vejo Maria já com o Filho recém-nascido nos braços.
e-) Este foi o modo do agir de Deus com nossa Divina Mãe: a Luz divina a transformou em Luz. E o Menino Jesus, que é a Luz que veio ao mundo (Jo 1, 9; 3, 19b), simplesmente saiu como Luz do Santíssimo Ventre da Divina Mãe, que fora transformada em Luz. Ao desaparecer essa luz divina, a Mãe Santíssima e o Menino Jesus tornaram-se visíveis aos olhos humanos, no dizer de Maria Valtorta: “Quando a luz volta a ser suportável aos meus olhos, vejo Maria já com o Filho recém-nascido nos braços.”
Pela narrativa de Maria Valtorta, vê-se que foi por meio da luz divina, que Deus preservou a Virgindade da Santíssima Mãe do Senhor Jesus e nossa, durante e após o parto. Por consequência, o nascimento do Senhor Jesus não aconteceu pela forma humana natural. Mas por esse modo divino: através da Luz. Daí a preservação da Virgindade da Santíssima Virgem Maria.
No escrito anterior, publicado neste site e dentro deste Apostolado, intitulado: Anúncio pelo Arcanjo Gabriel, Encarnação e Concepção do Verbo Divino, Nosso Senhor Jesus Cristo, no Puríssimo Ventre da Santíssima Virgem Maria, foi mostrado pela Santíssima Mãe à Venerável Soror Maria de Jesus de Ágreda, da Espanha, o modo divino como a Santíssima Trindade executou a concepção do Senhor Jesus na própria Virgem Maria.
Dogmas Marianos
– Declarada pelo Concílio de Éfeso, realizado de 22 de junho a setembro de 431, na sua Primeira Sessão dos Cirilianos, em 22.06.431.
(Fonte: Denzinger, Heinrich, 1819-1883 – Compendio dos Símbolos, Definições e Declarações de fé e Moral – Heinrich Denzinger: traduzido por José Marino e Johan Konings. – São Paulo – Brasil : Paulinas : Edições Loyola, 2007 – no número marginal esquerdo: 250, pág. 96 da referida Obra)
– Declarada pelo Concílio de Constantinopla, realizado de 5 de maio a 2 de junho de 553, na sua Oitava Sessão, em 02.06.553, no seu Cânone 6.0
(Fonte: Denzinger, Heinrich, 1819-1883 – Compendio dos Símbolos, Definições e Declarações de fé e Moral – Heinrich Denzinger: traduzido por José Marino e Johan Konings. – São Paulo – Brasil : Paulinas : Edições Loyola, 2007 – no numero marginal esquerdo: 421 a 438, e especificamente o de número 427, pág. 156 da referida Obra)
Para preparar a definição do dogma da Imaculada Conceição de Maria, o Santo Padre Pio IX constituiu em 01 de junho de 1848, uma comisso de teólogos. Em 2 de fevereiro de 1849 mandou ao episcopado católico mundial a Encíclica “Ubi primum” (Pio IX, Acta 1/I, 162-166) para pedir a opinião dos bispos a respeito da definibilidade. As respostas dos bispos foram publicadas na obra Pareri dell’ Episcopato Cattolico, di capitolo, di congrezaioni di universitá… sulla definizione dogmática dello immacolato concepimento dela B. V. Maria (10 vol., Roma 1851-1854). Dos 603 bispos interrogados, 546 eram a favor da definição.
(Fonte: Denzinger, Heinrich, 1819-1883 – Compendio dos Símbolos, Definições e Declarações de fé e Moral/ Heinrich Denzinger: traduzido por José Marino e Johan Konings – São Paulo – Brasil : Paulinas : Edições Loyola, 2007 – no numero marginal esquerdo: 2800-2804, e especificamente o de número 2803, pág. 615 da referida Obra)
Proclamado pelo Santo Padre o Papa Pio XII, através da Constituição Apostólica “Munificentissimus Deus”, de 1 de novembro de 1950.
A declaração desse dogma foi precedida por uma consulta junto episcopado do mundo inteiro. Conforme a carta de Pio XII “Deiparae Virginis Mariae”, de 1 de maio de 1946 (AAS-42 [1950] 782s). Desde a segunda metade do século XIX haviam sido enviadas solicitações a favor da declaração do dogma. No Concílio Vaticano I, 204 padres conciliares haviam proposto a definição da Assunção de Maria ao céu. O movimento tomara vulto na primeira metade do século XX.
(Fonte: Denzinger, Heinrich, 1819-1883 – Compendio dos Símbolos, Definições e Declarações de fé e Moral / Heinrich Denzinger: traduzido por José Marino e Johan Konings. – São Paulo – Brasl : Paulinas : Edições Loyola, 2007 – no numero marginal esquerdo: 3900-3904, pág. 864-866 da referida Obra)
3 Comentários
Geovani Alves Soares de Santana
4. A Assunção de Maria
O Papa Pio XII declarou, em 1950, dogma da Assunção de Maria. Esta doutrina parte do princípio que Maria, ao terminar a sua passagem na terra, foi “elevada por Deus em corpo e alma à glória celeste”. Ou seja, neste caso, “não é razoável” presumir que o corpo no qual Jesus Cristo foi gerado tivesse sido corrompido pela natureza.
“Ela acompanhou Jesus da Anunciação ao Calvário e favoreceu com a sua presença a Igreja nascente em Pentecostes. A Mãe do Senhor se apresenta agora como uma mulher que enfrenta os inimigos do Reino de Deus e contribui para gerar o Cristo na vida dos membros da Igreja (Apocalipse 12:1)”, conclui o professor.
https://www.opovo.com.br/noticias/fortaleza/2019/05/13/mes-de-maria–entenda-os-dogmas-que-expressam-a-importancia-da-mae-de-jesus-para-a-igreja.html
ihshwh
Obrigado. Já estava no rodapé da página: https://sagradoscoracoesunidos.org/2019/10/12/1-dogmas-marianos/e9oj
Geovani Alves Soares de Santana
No artigo falta um dogma:
4. Assunção
Após a morte, Maria subiu ao Céu em corpo e alma. Depois de Cristo, ela foi a única criatura que teve esta distinção. Foi declarado por Pio XII no pós-guerra, em 1950. Após a maciça mortandade da Segunda Guerra, o dogma fala da santidade da vida e da dignidade dos corpos humanos, ao lembrar que eles também estão destinados à Ressurreição.