
Jesus aos Seus Sacerdotes e Fiéis
Confidências do Senhor Jesus
Ao Sacerdote Italiano Ottavio Michellini

= Tomo 1 – Parte 2 =
Obra: Jesus aos Seus Sacerdotes e Fiéis
Confidências do Senhor Jesus Ao Sacerdote Italiano Ottavio Michellini
Título original em Italiano:
“CONFIDENZE DI GESÙ A UN SACERDOTE”
Direitos da Associazione Mons. Ottavio Michelini, residente in Via Valenzano, 31 – 70010 Adelfia (Bari) – Apulia – Itália – tel.3498279140 – email: info@micheliniottavio.it
Volume 1 – Tu sai che io ti amo!
Volume 2 – Figlioli miei, coraggio!
Volume 3 – Liberaci dal maligno
Volume 4 – Non io, figlioli miei, ho voluto quest’ora
Volume 5 – La misura è colma il vaso trabocca l’umanità giustiziera di sè stessa
Volume 6 – L’umanità alla soglia della liberazione
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Fonte do original em italiano:
http://www.micheliniottavio.it/homepag2.htm
https://devozioni.altervista.org/testi/opuscoli_vari/confidenze_di_gesu_ad_un_sacerdote.pdf
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Edição em Francês: “Confidences de Jésus à ses prêtres et à ses fidèles”
https://www.parvis.ch/fr/livres-et-brochures/confidences-de-jesus-ses-pretres-et-ses-fideles
© Février 1990 – 3ª Ed. avril 1996 Editions Du Parvis – Ch 1648 Hauteville – Suisse.
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Edição em Castellano:
“Confidencias de Jesús a un Sacerdote”
https://www.santisimavirgen.com.ar/michelini/consulta%20de%20mensajes.htm
Equador e Colômbia: 1ª Edição julho 1980 – 9ª Edição outubro 1992
Espanha: 1ª Edição janeiro 1998 – 2ª Edição junho 2000
Era um padre católico, mas também considerado um místico. Uma vez aposentado, dedicou-se a ser capelão em uma associação de pessoas com deficiência em Modena. Serviu na diocese de Carpi, onde, em 1967, obteve o título de Monsenhor como Capelão de Sua Santidade. Na década de 70, juntou-se ao Movimento Mariano de Sacerdotes quando o trabalho de Dom Stefano Gobbi ainda estava em sua infância.
Desde 1975, durante os últimos quatro anos de sua vida, recebeu as “Confidências” de Jesus, na forma de locuções internas, que ele escreveu sob ditado, e visões de Jesus e Nossa Senhora, até sua morte em 15 de outubro de 1979.
Quase um ano antes o Senhor expressou o significado destes escritos: “Por meio desta mensagem, Eu quis dar aos homens deste tempo a visão realista e verídica dos dois mundos que se enfrentam: o da Luz e o das trevas”. (23.XI.1978)
As mensagens foram mais tarde publicadas em uma série de seis volumes intitulados “Confidências de Jesus a um Padre“. Associazione Mons. Ottavio Michelini, residente in Via Valenzano, 31 – 70010 Adelfia (Bari) – Apulia – Itália
Dom Ottavio Michellini havia servido na diocese de Carpi e, já aposentado, servia como capelão de uma Associação de deficientes físicos de Modena, Itália.
Nas mensagens, Jesus, com palavras ardentes, denuncia a gravidade da situação espiritual e moral em que o mundo de hoje se encontra, a confusão e a rebelião dentro da Igreja destacam as deficiências da atenção pastoral atual, ele explica que muitos desses problemas são consequência direta da profunda crise de fé que permeia a Igreja hoje.
[Fonte pesquisada do texto acima no site “Tu Es Petrus”:
http://laparolasalva.blogspot.com/2017/07/don-michelini-ottavio-conferma-la.html ]
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Tomo 1 – Parte 1
“Tu Sabes Que Te Amo”
“Tu sai che io ti amo!”
(Original Italiano: http://www.micheliniottavio.it )
Como estão longe da verdade – e não são poucos – os que pensam e encaram o mistério da minha Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição como acontecimentos tão longínquos, que se perdem na noite dos tempos!
Como estão também longe da verdade os que pensam em mim, sem dúvida glorioso no Paraíso, mas esquecido e desinteressado das coisas, dos homens e dos acontecimentos humanos! Trata-se de distorções provenientes de uma fraca, doente e contaminada pela ignorância. Um cristão não pode ignorar a minha presença, no Paraíso, mas também na Terra. Os cristãos não podem ignorar que estou e estarei na Terra até a consumação dos tempos.
Nenhum fato ou acontecimento dos indivíduos e dos povos, seja ele grande ou pequeno, pode ser estranho ao meu Coração Misericordioso. Eu não seria Deus se assim não fosse.
Os cristãos não devem ignorar que, se eu fisicamente já não posso sofrer, em contrapartida, moralmente, estou atrozmente entristecido pela frieza e pelas ingratidões, pelas ofensas, traições e horríveis blasfêmias com as quais sou continuamente ultrajado.
Os judas multiplicaram-se enormemente. O amor não correspondido e muitas vezes pago com hostilidade e insultos de todo o gênero é sofrimento que os homens, na dureza de seu coração, não podem compreender. Como estão longe da realidade os que têm uma visão tão nebulosa do mistério da Salvação! Mistério em ato é o mistério da Cruz, que continua na sua crueldade atroz, em bora incruento.
O meu Sangue continua verdadeiramente a derramar-se pela remissão dos vossos pecados; o meu Corpo é verdadeiramente dado em alimento para sustento das vossas almas. Eu sou verdadeiramente a Vítima oferecida ao Pai e em mim, Vítima Divina, a humanidade e a divindade encontram-se e reconciliam-se num amor infinito.
Aí está Deus Onipotente
Meu filho, se ao menos os meus sacerdotes tivessem a firme, sólida convicção de que eu, Filho de Deus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, ponto de encontro da humanidade pecadora com o meu Pai celeste, estou sempre convosco. no meio de vós, dia e noite, em estado de vítima!
Se ao menos eles estivessem convencidos, quando me fecham entre essas quatro pequenas paredes, de que aí está Deus Onipotente, Criador do Céu e da Terra, Redentor e Salvador, poderiam ter um impulso de amor para comigo; mas não há lugar na sua alma para estas considerações.
Eles abandonaram os meus caminhos, os meus sendeiros, e não têm tempo para ir ter comigo na minha humilde habitação. Uma fé viva, verdadeira, vivida hora a hora numa oferta contínua, atearia um incêndio purificador em toda, a minha Igreja; seria capaz de aplacar a divina justiça e de parar a hemorragia de almas que correm para a perdição. Que terrível responsabilidade para os meus sacerdotes que têm a possibilidade e os meios eficazes para colaborarem comigo na salvação das almas, mas que não se servem deles!
Confiança no médico
— Que fazer, Senhor, para que nós, sacerdotes, entremos em nós? Para que possamos sair da obscuridade em que estamos mergulhados para despertarmos do letargo em que caímos? Para que possamos sacudir-nos da crise que nos atingiu?
É necessário que, com uma grande humildade, vos convençais do mal de que sofreis. Nenhum doente, se não tem uma clara consciência de seu mal, pode sentir necessidade de se tratar. Nenhum doente, se não tem total confiança no médico que o trata, se apressa a tratar-se.
Nenhum dos meus sacerdotes, afetados de crise de vida interior, se não tiver confiança em mim, médico das almas, se não tiver confiança em mi, presente no meu Vigário, nenhum encontrará a força para se reconstruir.
Falei abundantemente, por intermédio do meu Vigário, da infecção que aflige o clero deste século materialista. Desta infecção, eu indiquei claramente as causas e os remédios; mas quem tomou a sério as minhas palavras?
Abstraindo mesmo de tudo isso, que, contudo, é tão importante, não sou eu o Caminho, a Verdade e a Vida? Não disse eu claramente: “Quem quiser vir após mim, tome a sua cruz e negue-se a si mesmo”? Não é esta uma claríssima indicação para todos, em especial para os meus sacerdotes?
Aqui, meu filho, está a chave e a solução para todos os problemas, que têm origem na crise de fé: mortificação interior e mortificação exterior. Isto contrasta com a vida que levam e que querem levar: cinema, televisão, automóvel, sem que, muitas vezes, qual quer justificativa pastoral o justifique, dinamismo febril, mas improdutivo, pouca disponibilidade e pouca propensão para a oração.
Daqui à rebelião interior e exterior vai um passo. Então, numa anarquia propriamente dita, os últimos lampejos de fé extinguem-se, num tipo de vida inteiramente condicionado pela civilização pagã deste século. Cortai o mal pela raiz sem tergiversar, cortando o que deve ser cortado, e depois, no meu Coração Misericordioso achareis todos os remédios para voltar a subir o caminho, sem dúvida árduo, mas não impraticável, da virtude.
Abençoo-te. Ama-me.
Meu filho, eu chorei, e não uma vez só, como julgam alguns. Eu chorei ao contemplar, do alto, a cidade, objeto do meu grande amor. As minhas lágrimas eram a exteriorização de uma dor que o meu Coração já não podia conter. Eu chorei, pois, não por fraqueza, mas porque via as chagas, a dissolução da cidade bem-amada, e a sua sorte assinalada pela justiça divina.
Como são loucos os que, com uma pertinaz obstina o, pensam que se podem rir de Deus, ou então os outros que pensam que podem perseverar nos seus pecados, fiando-se na misericórdia divina! Eles esquecem que, como eu disse, em Deus são inseparáveis a misericórdia e a justiça, porque são uma só coisa.
Filho, eu não chorei só uma vez sobre a cidade amada e predileta, mas chorei também outras vezes sobre as ruínas das almas tão amadas, que por elas não hesitei em imolar-me como vítima de expiação e de reconciliação, no Calvário e nos altares.
Chorei por Judas, como tu já sabes, não tanto pela trai o perpetrada a meu respeito, como pela ruína da sua alma orgulhosa, luxuriosa e impenitente. Judas resistiu ao meu amor, a todos os impulsos da minha graça. Teria bastado um simples ato de arrependimento e eu com alegria o teria salvo.
Isto devem considerar os judas que se centuplicaram neste tempo, e devem considerá-lo os meus numerosíssimos filhos que se obstinam em repelir-me. Portanto, as minhas lágrimas não são fraqueza, mas a exteriorização da dor do meu Coração, mortalmente ferido pela ruína de tantas almas, não poucas das quais me são consagradas.
A Mãe também chorou
A minha Mãe também chorou, ela, a mais corajosa de todas as mães da humanidade. Ela verteu lágrimas amargas, nos tempos passados e recentemente, por entre a quase total insensibilidade de muitos sacerdotes e fiéis.
Ela conhece bem a grave crise que padece a minha Igreja e o mundo inteiro, surdos a todos os apelos de meu Coração Misericordioso, mergulhados numa pavorosa escuridão, prelúdio da tempestade próxima. Que eles não se riam, os filhos do pecado! Que eles não se riam, os filhos das trevas! A espada da divina justiça está suspensa sobre a sua cabeça!
Filho, que poderia eu fazer mais pela minha querida e bem-amada cidade? Então disse: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e dilapidas o que te são enviados, quantas vezes eu quis reunir os teus filhos como a galinha reúne os pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! A vossa casa ser deixada deserta e de ti não restará pedra sobre pedra”.
Lança a semente
Será que hoje a minha Igreja, as minhas igrejas, as cidades e as Nações são melhores que Jerusalém? Que poderia eu fazer que não tenha feito para vos salvar?
Jerusalém recusou-me, Jerusalém condenou-me; não faltaram os bons para acolher as minhas palavras, como não faltam hoje. Cidades e povos, mergulhados num repugnante paganismo, recusam-me, renovando a iníqua condenação.
Meu filho, o curso da divina justiça será inexorável e irreversível. Transmite esta minha mensagem aos teus irmãos no sacerdócio, sem te preocupares com as reações que daí possam resultar.
Como um bom semeador, lança a tua semente; ainda que só um pequeno grão caia em bom terreno, o teu trabalho e o teu sofrimento não terão sido inúteis. Terás prestado um bom serviço aos teus irmãos e ter-me-ás dado a mim um pouco de alegria, no meio de tantas amarguras que me são dadas. Abençoo-te, meu filho, ama-me.
— Senhor mostrei a tua mensagem “Participação da Santíssima Virgem no mistério da Cruz” a algumas pessoas. Elas tiveram dificuldade em acreditar no que aí se diz a respeito da presença de Maria no Sacrifício da Santa Missa, a oferta que, em união contigo, ela faz de si mesma ao Pai.
Isto mostra-te, filho, que os bons ainda não compreenderam nada ou quase nada da essência do cristianismo. Daqui podes deduzir o que podem saber os outros que podem parecer menos bons…
Nas minhas mensagens anteriores foi várias vezes afirmado que eu sou o Amor e que no mandamento do amor está toda a Lei e os Profetas. É da natureza do amor, a sua manifestação, dar e dar-se.
Eu, Deus, dei-vos tudo e dei-me todo a vós. Eu, Deus, dei-vos a vida; Eu, Deus, dei-vos a Redenção. Dei-vos o Universo. Dei-vos a Terra, esta maravilhosa casa onde habitais (e que estais a desfigurar) e nota que a Terra é um lugar de exílio. Ar e luz, sol, calor, frio, mar e rios, montanhas e férteis planícies, plantas, frutos e flores, animais e peixes de todo o gênero e de toda a espécie, são dons do meu amor.
Entretanto, não sou só o Amor, mas o Amor eterno, infinito, incriado. Não bastava ter-vos dado tudo, toda a obra da minha Criação, mas quis dar-me a mim mesmo: Eu, o Criador, o Senhor de todos e de tudo, o Deus Onipotente, Onipresente, Onisciente.
Dou-me continuamente a vós no mistério da Cruz, real mente perpetuado, incessantemente consumado e renovado no mistério da Santa Missa.
Ela vive de mim
O amor, por natureza, tende para a união, por uma lei sobrenatural e natural. Eu, Deus Onipotente, posso tudo: posso acalmar a minha ardente sede de amor, dando-me inteiramente a vós, para ser convosco uma só coisa, como sou um com o Pai e o Espírito Santo. Nós somos três num, precisamente, por esta lei do amor.
Depois de mim, a criatura cujo amor é sem medida é a minha Mãe, obra-prima da Santíssima Trindade. Associada a mim no mistério da Encarnação e no mistério da Cruz, não podia deixar de estar associada a mim no mistério da Santa Missa, que é o mesmo que o mistério da Cruz, apesar de incruento.
Filho, se o amor me levou a unir-me a vós no mistério Eucarístico, com maioria de razão me leva a unir-me à minha Mãe numa comunhão perfeita, única em toda a história da humanidade. Eu confirmo que ela vive de mim, da minha natureza divina, como eu vivo dela, da sua natureza humana
Assim, é lógico que onde eu estou, ela esteja também. Mas é uma necessidade de natureza e do amor. A minha Mãe não só aceitou o Sacrifício da Cruz, consumado num dado momento da História, mas também aceitou o Sacrifício da Cruz na sua extensão no tempo.
O seu amor não teria sido perfeito se não tivesse sido assim: portanto, é bem real a sua presença na Santa Missa, como no Calvário. E bem real a oferta dela mesma ao Pai, em união comigo, com a minha oferta. É bem real o seu “fiat”, tanto no Calvário como no Altar, pela remissão dos vossos pecados: se não fosse assim, ela não seria Corredentora.
Corredentora foi, é e será, comigo, numa comunhão perfeita, como eu estarei em comunhão convosco na eternidade: unidos agora através do mistério dá Fé, para aqueles que creem nele e o vivem; unidos na eternidade numa comunhão perfeita, na recíproca e mútua doação minha e vossa, na glória do Paraíso.
Que tome a sua cruz
Meu filho, porque é que muitos cristãos e mesmo muitos sacerdotes não querem aprofundar, crer, viver estas sublimes realidades divinas?
Eles estão demasiado distraídos para o fazer, estão atarefados nas suas pequenas, passageiras ocupações quotidianas. Se o fizessem, que raios de luz sobre as trevas que envolvem as almas, as famílias, os povos, a própria Igreja!
Que chuva de graças fariam jorrar do meu Coração aberto! Quantas almas seriam arrancadas ao Inferno e que alegria dariam ao meu Coração Misericordioso e atrozmente entristecido!
Se os que são considerados bons não conseguem compreender nada ou quase nada do móbil da sua criação e da sua redenção, se muitos dos meus próprios sacerdotes acham que são bagatelas de pouca importância os prodígios do meu amor (bem longe, por consequência de os viver, eles, os meus ministros, os administradores dos frutos da minha Redenção, se as almas consagradas, religiosos e religiosas, tantas vezes condicionadas por uma concepção materialista da vida, vivem de uma piedade superficial, formalista, bem podes imaginar o estado de saúde espiritual do meu Corpo Místico.
Eu vim trazer o fogo à Terra; é necessário que este fogo arda nas almas. Para isso, porém, não há várias alternativas: o caminho é um só para todos, em especial para as almas consagradas. Quem quer vir após mim, que tome a sua cruz e negue-se a si mesmo! A ninguém prometi o paraíso na Terra.
É necessário convencer-se de que a vida terrena é uma prova; a prova, só pode ser superada vindo após mim. Filho, aquele que obstinadamente se fecha ao meu amor, despertará ao rigor da divina justiça.
Teresa do Menino Jesus
Hoje celebra-se a festa de uma pequena e grande alma: Teresa do Menino Jesus. Nesta alma deveriam inspirar-se os sacerdotes e todas as almas consagradas. Qual é o segredo da sua rápida, vertiginosa subida para os altos cimos da santidade, da perfeição?
A sua humilde, simples, perseverante, sensível correspondência a todo o impulso da minha graça. Na base, encontra-se a humildade.
“Graças te dou, ó Pai, porque escondeste estas coisas aos grandes, aos sábios da Terra e as revelastes aos humildes. aos simples”. “Se não vos tomardes semelhantes a estes pequenos, não entrareis no Reino dos Céus”.
Teresa, pela sua humildade e pela sua generosidade, mereceu tomar-se a depositária dos segredos do meu Coração Misericordioso; ela traçou a todas as almas consagradas uma nova via. Segundo esta via, andou vertiginosamente e depressa atingiu o cimo da Montanha Santa.
Enganam-se aqueles que a julgam uma frágil santinha, a propor às almas fracas. Teresa foi heroicamente forte e generosa no seu amor por mim, ao ponto de não conceder na da a si mesma, e muito menos ao mundo e a Satanás. Infelizmente não são muitas as almas de que se possa dizer o mesmo. Meu filho, eu te abençoo. Ama-me.
Filho, quantas vezes pedi a conversão de muitos dos meus sacerdotes, arrastados por uma visão errada da vida sacerdotal! Pois o princípio de toda a conversão é a humildade.
O orgulho é um muro intransponível que se ergue entre a alma e Deus; há que abaixar-se para poder em seguida elevar-se até Deus.
O orgulho mantém longe de mim muitos sacerdotes e ceifa entre eles muitas vítimas para o Inferno. Ainda que a opinião de muitos não concorde com esta afirmação, a realidade irrefutável é esta.
Foi dito que há duas vias indispensáveis que conduzem salvação: a inocência e a penitência. Eu digo-te, porém, que há uma outra, uma terceira, mais curta e não menos segura que as duas primeira, que é a do amor. A via da inocência está cheia de muitos anjinhos humanos: são as crianças surpreendidas pela morte antes do pecado as aflorar.
Com eles, há ainda outras almas que a humildade e a correspondência perseverante e generosa aos impulsos da minha graça conservaram e preservaram de todo o contágio do mal, chegando ao fim do seu caminho terreno com todo o esplendor e a brancura imaculada da neve.
No Paraíso, formam um coro celeste, louvando a Deus três vezes Santo. Há, em seguida, a segunda via da penitência, necessária a todos os que, infelizmente, cada um no seu grau, fizeram a dura e amarga experiência do pecado. “Se não fizerdes penitência, não entrareis no Reino dos Céus”.
Os pecadores são muitíssimos, mas nem todos se embrenham na via da penitência. A razão disso, não a sabeis nem a compreendeis, porque só Deus perscruta o abismo insondável do coração humano.
Nenhuma criatura humana, mesmo a mais transviada, totalmente negativa; em todos os homens, em diversas proporções, há sempre o bem e o mal. A graça suficiente para se salvarem, eu, Deus, dou-a e concedo-a a todos.
Contudo, nem todos a sabem acolher, nem todos a sabem aproveitar. Há outras razões, porém, que os sacerdotes não podem ignorar, sem traírem a sua vocação.
Não são os sacerdotes os meus corredentores? Ignoram este importante aspecto da vida sacerdotal? Será que esqueceram do meu infinito sofrimento pelas almas? Já não sabem pôr os olhos em mim crucificado? Não sabem que se não me seguirem pelo caminho da Cruz, quer dizer, da penitência interior e exterior anulam a sua fecundidade espiritual?
Tantos dos sacerdotes não pensam no bem que deixam de fazer, no número de almas perdidas? Não pensam que é para eles um dever de justiça e de caridade atuar santamente para salvar as almas?
Eles não têm tempo para se ajoelhar diante de mim crucificado, para um sério exame de consciência, para escutar a minha voz… Se o fizessem, quanta luz nas suas almas! Recentemente falei da Comunhão dos Santos, outra realidade sublime, outra fonte de graça e de graças para aqueles que nela creem e a vivem.
Os frutos da minha Redenção passam e devem circular em todo o meu Corpo Místico, quer dizer, na Igreja Triunfante, Padecente e Militante; mas passam na medida e na proporção em que sabeis e quereis servi-vos deles.
A via do amor
Agora falta dizer uma palavra sobre a terceira via, a mais curta, o atalho para o Paraíso, escolhido por tantas almas privilegiadas: é a via do amor. Não é que ela tenha sido aberta às almas apenas nestes últimos tempos; ela sempre existiu, como as outras duas.
Maria Madalena escolheu esta via, e depois dela muitas outras almas. Todavia, nestes últimos tempos, houve uma redescoberta. Ela foi preferida e seguida por muitos; entre estes, a pequena Teresa do Menino Jesus.
Eu, filho, imolei-me a fim de que fôsseis uma só coisa, U entre vós e comigo, como eu sou com o Pai e com o Espírito Santo.
O amor tem duas dimensões, a vertical, para Deus; a horizontal, para o próximo. Assim como acontece comigo, assim deve ser convosco. Esse amor deve presidir a todos os problemas da vossa vida: se assim não fosse, já não estar íeis no bom caminho. O amor une, o amor cimenta.
Pai, Filho e Espírito Santo são três num. O amor, por tanto, equivale a unidade, a união.
0 amor que une a alma a Deus e aos irmãos é um fogo que purifica e que queima as escórias da fragilidade humana. O meu Espírito é um Espírito de amor, que aquece, ilumina e vivifica: ele dissipa as sombras da fraqueza humana que envolvem as almas.
O amor é também força e poder, como o ferro no cimento: as duas naturezas fundem-se e transformam-se num só e único bloco inquebrantável, contra o qual em vão se abate a força daqueles que o quereriam partir. Assim, o amor divino e humano, fundidos, unem as almas a Deus e entre si, para formar um só e único bloco, tão compacto que em vão se abatem contra ele as forças do Mal.
Filho, esforça-te por imaginar o meu Corpo Místico tal como ele deveria ser: um poderoso bloco de todos os seus membros, unidos à Cabeça, que nenhuma força terrestre e infernal poderia sequer arranhar ao de leve.
A Igreja purificada e regenerada do próximo século se rá este corpo granítico que ninguém poderá partir, nem se quer arranhar ao de leve. Os caminhos de Deus e os planos de Deus são muito diferentes dos vossos planos e dos vossos caminhos.
Fazer calar os egoísmos
Insisto na necessidade de cortar o mal pela raiz. As várias igrejas locais, se quiserem ler com sabedoria os sinais dos tempos, devem rever tudo e voltar a organizar se tendo por base as duas dimensões do amor.
É tempo de fazer calar os egoísmos, as ambições e as invejas, os ciúmes. E tempo de sair das nuvens que vos envolvem, de sacudir a poeira dos fatos. É tempo de se desembaraçar do pesado fardo do materialismo, quer marxista quer capitalista: um e outro são venenosos e homicidas. E tempo, para muitos dos meus sacerdotes, contaminados por este veneno, de voltar a entrar em si mesmos e converter-se, se não quiserem perecer.
As vias para chegar a Deus e, por aí, realizar os fins da Criação e da Redenção, e, para os meus sacerdotes e almas consagradas em geral, para realizarem também o fim da sua vocação, são em número de três, e todas as três válidas e excelentes, porque em todas as três está sempre presente o elemento essencial: o amor, ainda que com diversos coloridos e matizes.
Meu filho, dá-o a conhecer a todos os meus sacerdotes: já não é tempo de adiar. Para os bons é dever imposto pela caridade rezar e oferecer-se pelos mais tíbios, e pelos mais afastados.
Eles debatem-se entre as manhas e seduções de um mundo que não é meu, mas de Satanás, e as mordidelas da consciência que, ainda que endurecida, se insurge, porque oprimida por um peso que não desejaria levar. Abençoo-te; ama-me.
Meu filho, quando entro numa alma, a fé é vibrante, o amor ardente e a esperança viva. No entanto, quando numa alma pulsa a vida divina há um que se rói de inveja, de ciúme e de ódio e que, com uma arte insidiosa, arranja maneira de jogar água no fogo do amor.
Se o amor se pode comparar a um ardente braseiro, tu sabes o efeito que produz a água que se joga nele: extingue o fogo; diminui o calor, faz erguer uma coluna de denso vapor e só deixa carvões negros.
Isto acontece na alma ardente de amor quando está sob a ação de Satanás, se não se sabe defender da sua pérfida ação. Já nada resta do amor, do fogo que arde no seu coração, do calor e da luz. Uma coluna de fumo envolve a alma, carvões negros, porque negra se torna a alma sob a ação dos pecados…
Hoje, filho, são poucas as almas que têm conhecimento das perigosas astúcias e dos artifícios de Satanás, porque já ninguém acredita nele nem se preocupa em se defender dele (com exceção sempre de uns poucos) Assim, o Maligno pode atingir numerosíssimas vítimas, até entre os meus sacerdotes.
A ignorância daqueles que não acreditam, as lacunas de fé, a falta de treino para a luta, a inexperiência e o abandono total dos meios de defesa permitem ao inimigo numerosíssimas vitórias.
Pobres almas inexperientes, e não só simples fiéis, mas muitos dos meus ministros! Estes últimos, em virtude do caráter de que foram investidos, do poder de que foram dotados, da autoridade de que foram revestidos, deveriam conduzir as tropas dos militantes a esplêndidas e fulgurantes vitórias contra Satanás e as suas tenebrosas legiões diabólicas.
Que fazer para se defender?
• Acreditar na existência do Inimigo. Se muitos militantes, e com eles, muitos sacerdotes não acreditam nele, não o podem combater.
• Conhecer o poder e a força do Inimigo e conhecer a sua própria força e o seu próprio poder.
• Conhecer os seus métodos de luta, as suas astúcias, as suas seduções. Ao mesmo tempo, estar consciente dos seus próprios meios de luta e querer empregá-los.
E evidente que se alguém ignora a emboscada que o Inimigo lhe armou, não se pode desviar dela nem defender se. Pelo contrário, se alguém tem disso conhecimento, toma prudentemente as suas precauções e não só se prepara para a defesa, mas predispõe-se também para atacar.
O maior inimigo
Hoje, filho, a quase totalidade dos cristãos ignora o seu maior inimigo: Satanás e as suas legiões diabólicas. Eles ignoram aquele que deseja a sua ruína eterna. Ignoram a imensidade do mal que Satanás lhes faz, em comparação com o qual as mais graves e as maiores desgraças humanas não são nada.
Ignoram que se trata da única coisa verdadeiramente importante na vida: a salvação da sua alma.
Perante esta trágica situação, há a indiferença, por vezes a incredulidade de muitos dos meus sacerdotes. Há a inconsciência de outros mais que não se dão conta do seu principal papel de instruir os fiéis, de os pôr a par do perigo desta terrível luta que se trava desde a aurora da humanidade.
Não se dão ao trabalho de iniciar os fiéis no uso eficaz dos meios de defesa, numerosos, à sua disposição na minha Igreja. Até têm vergonha de falar nisso, temendo passar por retrógrados; trata-se, nada mais nada menos, de respeito humano.
Tu, porém, sabes, meu filho, que se no Exército um oficial deserta do seu posto de responsabilidade, é chamado de traidor, e a justiça humana persegue-o severamente.
Que dizer então do que está ocorrendo na minha Igreja? Não é a mais trágica e terrível traição às almas, deixando-as assim em poder do Inimigo que quer a sua perdição?
O meu Vigário na Terra, Paulo VI, não há muito tempo se referiu ao fato de na Igreja estarem ocorrendo fatos e acontecimentos que não se podem explicar humanamente, a não ser pela intervenção do demônio.
Filho, falei-te de sombras que obscurecem o esplendor da minha Igreja: tudo isto é mais que uma sombra. Se hoje o Inimigo está mais do que nunca arrogante e se comporta como senhor em relação aos indivíduos e às famílias, aos povos e aos governos, em toda a parte, isso é natural! Ele tem livre campo, e incontestado.
É certo que para combater Satanás é necessário desejar ser santo; para o bater eficazmente são necessárias penitencias, mortificações, orações. E não é esse o meu preceito para todos, em particular para os meus consagrados?
Por que não se rezam os Exorcismos privadamente? Para isso não são necessárias autorizações especiais. Não!
Muitos dos meus sacerdotes não conhecem a sua identidade. Não sabem quem são; não sabem de que formidável poder foram dotados! Desta ignorância, são culpados e responsáveis.
Eles são, de fato, como oficiais de um Exército em de bandada e indisciplinado, que desertam do seu posto de responsabilidade tomando-se culpados do caos que se segue.
Há que dizê-lo aos sacerdotes
Como deveriam corar e envergonhar-se por se saber que bons leigos, dotados de uma requintada sensibilidade de fé e de um ardente amor pelas almas, ultrapassam em muito a preguiça de tantos dos meus ministros, os quais não têm tempo para estas coisas! Não as consideram, de modo algum, importantes; para outras coisas, sim, têm tempo.
Não há tempo para defender a sua alma e as almas pelas quais um dia terão de prestar contas a Deus, que pedir contas até de uma palavra ociosa. Serão as próprias almas traídas que os acusarão severamente do bem omisso, das derrotas sofridas, do mal feito, porque aqueles que as deviam guiar pelo caminho da salvação as abandonaram ao poder do Inimigo.
Volto com insistência ao assunto da ativa presença do demónio na Igreja, nas comunidades religiosas, nos conventos e nos priorados, na sociedade, nos governos e nos partidos, nos povos. Onde existe uma ação para extinguir a fé, para perder uma inocência, para praticar um delito, para perpetrar uma injustiça, para organizar um litígio, para provocar divisões, para suscitar violências e guerras civis e revoluções, Satanás está presente.
A frente de ação de Satanás e dos seus adeptos é tão vasta como vasta é a Terra. A resistência que, bem conduzida, poderia ser muito válida, é mínima e desproporcionada às forças do Inimigo.
Que não se impute a Deus a responsabilidade de uma situação verdadeiramente trágica, de que vós sois os únicos responsáveis. Todos estão implicados nestas terríveis realidades; o reino das trevas obscurece hoje o Reino da Luz.
Salvar a alma
O reino da mentira parece prevalecer sobre o Reino da Verdade e da Justiça; mas será por pouco tempo ainda. A divina justiça providenciará para limpar a Terra e a humanidade, contaminadas e infestadas pelo Maligno.
A minha Mãe Santíssima está a ponto de lhe esmagar de novo a cabeça; mas não julgueis que Satanás, com as suas legiões, com os numerosos aliados que encontrou no mundo, renunciará ao seu reino sem reações e sem terríveis convulsões!
Disse-vos tudo isto para que vos convertais, para que vos prepareis e vos resolvais a predispor as vossas almas para a oração e para a penitencia.
As coisas da Terra passam; as minhas palavras não passam. Uma única coisa é importante: salvar a alma.
Abençoo-te, meu filho, e contigo abençoo as pessoas pelas quais rezas.
Muitos não conseguem convencer-se da eventualidade de um grande castigo futuro; muitos duvidam; muitos outros negam-no firmemente e afirmam que um grande castigo de ve ser considerado como contrário à Divina Misericórdia.
Mesmo os apóstolos não quiseram nunca aceitar a ideia da minha Paixão e Morte; não quiseram acreditar nas minhas palavras. A presunção impedia os meus apóstolos de ver claro, ou seja, privava-os do dom da sabedoria. Hoje, para muitos, repete-se a mesma coisa.
Eu, Verbo de Deus feito Came, Deus como o Pai e o Espírito Santo, fui a Vítima por excelência da justiça divina. O amor pela humanidade perdida determinou, da Santíssima Trindade, o mistério da Encarnação, da minha Paixão e da minha Morte. Pela boca da Sabedoria foi dito: “Propter peccata viniunt adversa”.
O pecado é uma dívida pessoal e social que o indivíduo e a coletividade contraem com Deus. Deus pode sempre pedir uma satisfação parcial. Disse parcial porque nem o indivíduo nem a sociedade podem extinguir totalmente a dívida. Por isso Deus providenciou a isso através do mistério da minha Encarnação, da minha Paixão e da minha Morte.
A mesma Indivisível coisa
Aqueles que, com tanta segurança, afirmam que não se deve falar de castigos, mas apenas e sempre da misericórdia divina, eu respondo energicamente afirmando que misericórdia e justiça, são a mesma, indivisível coisa.
Eu respondo que impunemente “Deus non inridetur”.
Eu respondo que quando a iniquidade ultrapassar o nível crítico, segundo a vossa expressão, então a justiça divina prosseguirá os seus insondáveis fins. Disse e repito que as cidades desta geração incrédula e ímpia são piores que Sodoma e Gomorra; disse que a corrupção entrou em todo e lado, que o mal se espalha na Terra com a impetuosidade de uma torrente que transborda.
Nem a minha Igreja está isenta. Muitos dos meus sacerdotes estão contaminados. Nunca a recusa de Deus foi tão universal.
A Taça transborda
Pobres sacerdotes, como eles são míopes por ignorarem, por não verem, por não compreenderem que Deus, mesmo na sua cólera, é sempre movido por um desígnio de misericórdia!
E por que é que tantos dos meus sacerdotes não pensam na minha terrível agonia no Getsêmani? Por que é que não pensam que o meu suor de sangue, no abandono de meu Pai, pesava todo o rigor da divina justiça sobre mim, seu Filho único? E por que é que tomei sobre mim todos os pecados dos homens?
Mesmo esta justiça era, no entanto, fruto de um desígnio de infinita misericórdia. Não serão a incredulidade e a inconsciência que poderão impedir o braço de Deus de castigar a humanidade orgulhosa e soberba.
A minha Mãe pôde-o fazer. Os sofrimentos dos bons e dos inocentes, a heroica e generosa oferta das almas vítimas puderam mitigar, diferir o castigo decretado. Agora a taça transborda, porém. A medida está cheia até ao inverossímil, a derrocada está em marcha, ainda que a cegueira impeça os homens de ver o prelúdio da terrível catástrofe.
Entretanto, a misericórdia divina, que muitos dos meus próprios sacerdotes não sabem conciliar com a justiça divina, pôs em movimento os numerosos fermentos para uma Igreja purificada e regenerada sobre novas estruturas, e também para uma humanidade reorganizada e libertada de todas as loucuras do orgulho humano.
Misericórdia e justiça seguirão o seu curso a par e a passo. Filho, di-lo: é urgente predispor as almas para a oração, a penitência e a conversão. Tende confiança! Deus, mesmo na sua justiça, é sempre amor, e todas as suas ações são movidas pelo amor.
Abençoo-te: ama-me; repara com o teu amor, todas as ingratidões e ofensas que se cometem contra mim.
Filho, várias vezes fiz alusão à “estrada de sentido único”. Emprego este termo, em voga nas caóticas e corrompidas cidades modernas.
Uma estrada nasce sempre num determinado ponto, serpenteia através de planícies e montanhas, entre duas beiras que determinam a sua largura, para acabar num outro ponto: a meta final. Veja bem, filho, a vida de cada homem é como uma estrada: tem o seu ponto de partida a sua meta final. Cada homem tem a sua estrada a percorrer, assinalada pela eternidade.
O homem é, porém, entre todas as criaturas da Terra, a única criatura livre e inteligente, capaz de discernir o bem e o mal, de o desejar ou de o recusar. Por isso o homem é tão grande, a ponto de se assemelhar a Deus.
Todas as outras criaturas que vivem na Terra, à diferença do homem, estão determinadas, pela sua própria natureza, a um percurso fixo. Não lhes é dado afastar-se daquele que lhes foi atribuído pelo Criador.
O homem, criatura maravilhosa pela sua inteligência e vontade, é livre de aceitar ou de recusar o percurso que lhe foi traçado por Deus, seu Criador, a fim de lhe permitir atingir a meta final, a salvação eterna da sua alma. É estranho e mesmo monstruoso que o homem abuse de um dom que o eleva acima de todos os outros seres vivos da Terra, recusando percorrer o caminho do seu exílio terrestre, para se embrenhar nos atalhos obscuros e tortuosos que o levam à ruína e à perdição eterna.
Seria estranho, se ele não tivesse conhecimento da sua queda e das seduções e emboscadas pelas quais Satanás, príncipe da mentira, o seduz e envolve.
De todos os modos, o desvio do homem não se justifica, dado que eu, Verbo de Deus feito Carne, dei uma solução à sua fraqueza, oferecendo-lhe os preciosos frutos da minha Redenção, desde que ele queira usufruir deles. Se, porém, na esteira de Satanás, o homem recusa Deus, ele condena-se.
A minha estrada
Hoje, os homens abandonaram-me, a mim, Caminho, Verdade e Vida, estrada direta e segura, para se embrenha rem na estrada traçada por Satanás, macaco de Deus.
Se não se converterem, não se salvarão, apesar das loucuras dos semeadores de cizânia na minha vinha que se multiplicaram como gafanhotos, fazendo um massacre de almas com as suas heresias.
São demônios encamados, vermelhos de vaidade e de orgulho; os seus escritos não são menos perigosos que os livros pornográficos, e estão presentes em toda a parte, nos seminários, nos conventos, nas escolas. O seu veneno é mortífero e ceifam muitas vítimas, especialmente entre os jovens.
A estrada de cada homem começa no seio materno, e o ponto de abordagem é a morte corporal que determina o juízo sem apelo, depois do qual o homem inicia a vida eterna, feliz ou infeliz, segundo tenha usado ou abusado da sua liberdade.
Eu, Verbo Eterno de Deus, desde sempre gerado pelo Pai, encarnado na plenitude dos tempos no seio puríssimo de minha Mãe, estou gloriosamente presente à direita do Pai e estou sempre no meio de vós, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, no mistério da Fé e do Amor.
Também eu quis percorrer na Terra, a minha estrada de sentido único, como todos os outros homens. O ponto de partida foi a minha concepção virginal no seio de minha Mãe. O meu ponto de chegada: a Cruz e de pois a morte corporal.
Eu, o Caminho, percorri o meu percurso na Terra por vós, para que cada um de vós, ao seguir-me, tenha o seu caminho facilitado, e não tenha dúvidas, incertezas nem desvios perigosos.
A minha estrada de sentido único (o que significa que ela não admite desvios nem marcha atrás), boa e segura para todo o homem de boa vontade, começa com um ato de infinita humildade.
Infinita humildade
A minha Encarnação, de mim, Filho de Deus, foi um ato de infinita humildade, para que todos os homens saibam que a humildade é a virtude de base, fundamento seguro e essencial de toda a virtude.
Bastaria que tantos pseudo teólogos meditassem um pouco nesta realidade divina: Eu nasci numa gruta que servia de estábulo, fria e úmida; comecei a minha estrada no mundo na mais absoluta pobreza.
Que pensam disso aqueles que se dizem meus adeptos, os construtores da sociedade de consumo? Que pensam disso os meus sacerdotes?
Que pensam de tudo isso alguns presunçosos teólogos que gostam de escrever livros envenenados, com esnobismos e raciocínios complicados, esquecendo a divina simplicidade do meu Evangelho? Eu sou Deus infinitamente simples e amo a simplicidade. Estes teólogos, que gostam dos apartamentos confortáveis e bem aquecidos, não pensam que o seu Salvador nasceu num estábulo sem nada do que têm todos os homens.
Eles não veem o gritante contraste entre a minha vida e a sua vida e a dos cristãos de hoje, ávidos de riquezas e de conforto, que não querem renunciar a nada, nem sequer às coisas ilícitas?
Há os egoístas, indiferentes, desprezando a Deus, surdos a qualquer apelo de meu Vigário na Terra, prontos a contestar as suas palavras, porque não sofrem nenhuma perturbação em face da Verdade. Será que eles não se dão conta, estes sacerdotes, que não são todos da base, da lama que continuamente lançam sobre a minha Igreja?
Esqueceram-se das palavras do meu apóstolo S. Paulo: Na verdade, a cólera de Deus manifesta-se do Céu contra toda a impiedade dos homens que obscurecem a verdade na injustiça, porque o que de Deus se pode conhecer é para eles manifesto”.
Eu, Verbo de Deus feito Carne, manifestei-o claramente através da estrada que tracei na Terra, através da humildade, da pobreza e da obediência, do sofrimento mais atroz, do amor a meu Pai e aos meus irmãos.
Que leiam todos, cristãos, sacerdotes e bispos, que eles leiam bem as minhas palavras, transmitidas a todos vós por intermédio de Paulo, na carta aos romanos: “Apesar de conhecerem a Deus, os homens não o glorificaram” (1,16-25).
Orgulho e presunção
Será que os cristãos de hoje são melhores que os pagãos de há vinte séculos? Podem os cristãos de hoje pretender salvar-se da cólera divina, se abandonaram o caminho para se perderem nos obscuros e tortuosos atalhos das mais abjetas paixões? Eles querem obscurecer a minha Verdade e enterrá-la debaixo do abismo do seu orgulho e da sua presunção.
Não é isso que estão a levar a cabo os falsos profetas e propagadores de um neo-protestantismo, que não é melhor que o primeiro, mascarados com uma repugnante hipocrisia?
Eles escolheram outros caminhos, outras estradas que não são o meu caminho, que não são a minha estrada. Eles apelam frequentemente para a minha misericórdia. Até agora, era tempo da misericórdia, mas a hora da justiça está a ponto de soar. Terrível será meu Pai e vosso na sua justiça.
Eles quereriam, na sua abominável cegueira que eu renegasse da minha vida, da minha própria identidade de verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Filho, mais uma vez te peço que grites com força o apelo dirigido a todos para uma verdadeira conversão. Não temas as reações que suscitarás. Eu quero salvá-los todos; mas se a sua obstinação no orgulho não cessar, serão dispersos como a poeira ao vento. Se eles não quiserem abrir os olhos à luz que eu, Luz do Mundo, trouxe, terão como frutos as trevas, no tempo e na eternidade. Abençoo-te e, comigo, te abençoa a minha Mãe e tua.
Escreve, meu filho, o que vou te dizer: Eu, Jesus, Verbo de Deus, não faço nada e não digo nada que não seja por amor. Eu nutro um amor infinito pelos meus sacerdotes e, com maior razão, por aqueles que de mim, do meu Sacerdócio, tiveram a plenitude.
O amor, porém, não me pode impedir de dizer a verdade, porque eu sou Amor, eu sou Verdade. Amor e verdade impelem-me a falar, para que se conheça a infinita amargura que a hora atual, tão grave e tão carregada de escuras nuvens que envolvem toda a minha Igreja, ocasiona ao meu Coração Misericordioso.
Dirigi-me aos sacerdotes, agora chegou o momento de me dirigir, com reverência, mas também com clareza e firmeza, aos sucessores dos meus apóstolos. Entre os bispos da minha Igreja, há alguns que são verdadeiramente bons e santos, pelos quais nutro amor e benevolência. Outros, pelo contrário, têm uma extrema necessidade de reexaminar (porque grande é a sua responsabilidade) a sua pastoral.
E urgente que façam rápida e seriamente, com uma grande humildade, à luz de meu Evangelho, à luz da luminosa estrada traçada por mim para todos os homens, mas, em primeiro lugar, para aqueles que devem ser os mestres, os pastores e os guias seguros dos homens.
A minha estrada na Terra começou no seio de minha Mãe e vossa Mãe, quando ela pronunciou o seu “fiat”. O seu início foi e é um mistério de infinita bondade: um Deus que se faz Carne.
O meu aparecimento no mundo é assinalado por uma pobreza extrema. Numa gruta que servia de estábulo, fria e úmida, na mais absoluta pobreza, começou o meu caminho na Terra, e a pobreza foi a companheira de toda a minha vida humana. Trabalho, oração, obediência – “usque as mortem” – foram o percurso da minha estrada.
Eu sou o Caminho para todos os homens de todos os tempos; eu não posso mudar. Eu não posso mudar, mesmo que mudem as condições, os usos e os costumes dos povos.
O dever de preceder
Os bispos são os primeiros que têm o grande dever de preceder, nesta estrada, os seus sacerdotes e os cristãos, se querem ser seguidos por eles. E por isso que quero que esta mensagem chegue a todos os bispos, porque não faltam, entre eles, os que têm uma urgente necessidade de reexaminar, com humildade, e de reformar, sem demora, a sua pastoral.
Filho, basta uma comparação entre a minha vida na Terra (com os exemplos que assinalaram todo o meu percurso terrestre) e o seu gênero de vida. Ver-se-á claramente como é necessário que, mesmo não poucos bispos, ponham mãos à obra e cortem o mal pela raiz energicamente, com firmeza e coragem. Não é mistério que há bispos contestadores, mesmo cardeais rebeldes às diretivas de meu Vigário na Terra.
Eles não avaliaram o escândalo que provocam e o mal que fazem. Uma coisa é discutir com a devida reserva e outra coisa é uma pública tomada de posição contra o meu Vigário, que tem todo o sabor de uma desobediência declarada. Em que é que se inspirou a atuação destes bispos? Não certamente no meu exemplo! Eu, Deus, obedeci a criaturas humanas e ao meu Pai celeste até à morte. Eles, porém…
Meu filho, não faltam bispos que, em maior ou menor grau, são responsáveis pela crise que atormenta a Igreja, pela sua inexplicável e injustificável fraqueza. A sua fraqueza não serviu para travar a partida de milhares e milhares de consagrados.
A bondade e a condescendência não se devem confundir com a fraqueza, que é causa, em parte, do relaxamento que se encontra em tantos sacerdotes. A bondade, a condescendência e o amor não se devem confundir com a licença, causa de tantos males e escândalos de que se tomam cúmplices, ainda que involuntários, um certo número de pastores de almas.
Pode um Bispo tolerar que no seu Seminário haja heréticos, sim, heréticos, a quem se deixa a tarefa mais delicada: a de forjar as almas dos sacerdotes de amanhã? Não sabem os bispos que a verdade é amor, e eu sou Verdade e Amor, enquanto a heresia e o erro provêm de outras fontes?
Humildade e pobreza
Filho, diz também aos bispos, que eu lhes pedi para me seguirem pelo caminho da Cruz; lembra-lhes que comecei a minha estrada na Terra com uma infinita humildade e pobreza. Eu era na Terra o Pobre entre os pobres. Pode-se dizer isto de um certo número de bispos?
Um outro grande perigo para os bispos é a presunção. Mesmo ao meu Vigário não foi dada a impecabilidade. Ao meu Vigário foi dada a infalibilidade, como mestre das nações, enquanto depositário da minha Doutrina. Os bispos, porém, isolados, não são infalíveis; é apenas em união com o meu Vigário que eles usufruem do dom que ele tem e nele participam. E o que esqueceram alguns bispos e mesmo alguns cardeais que causam um grande sofrimento ao meu Corpo Místico.
A minha estrada é assinalada pelo sofrimento. Essa cruz que eles usam ao peito, se antes de a trazerem ao peito não a levarem às costas, transforma-se em hipocrisia. A minha estrada – disse -, assinalei-a com a pobreza. Como é que um Bispo pode dormir tranquilamente na sua confortável residência, por vezes luxuosa, sabendo que entre os seus sacerdotes alguns não têm sequer o indispensável?
Filho, se se vissem todas as injustiças! Quantas feridas no meu Corpo Místico! No contexto desta mensagem (que suscitará reações e que será rejeitada por todos os que não tiverem a coragem para fazer uma humilde confrontação com a minha estrada simples e luminosa), eu disse e confirmo que na minha Igreja há bons e santos bispos, para os quais vai toda a benevolência e o amor do meu Coração Misericordioso.
Isto, porém, não basta! Os sucessores dos meus apóstolos, quero-os todos bons. Mais, todos santos, com uma santidade forte, heroica, generosa e corajosa. Se assim não for, como farão para defender o seu rebanho dos lobos vorazes?
O Bispo é um porta-bandeira: deve preceder toda a gente. Como poderia eu calar a gravíssima omissão de muitos pastores em relação a este terrível problema?
A ninguém, com efeito, nem mesmo aos simples cristãos, e ainda menos aos sacerdotes e, com maioria de razão, aos bispos, pode passar despercebido a terrível devastação operada por Satanás e por todas as potências do Mal, para armar ciladas e contaminar, infestar e dominar as almas dos resgatados.
Satanás, encarnando no materialismo homicida, não só obscureceu a fé, como a abafou e destruiu, em centenas de milhões de almas, no mundo cristão e não cristão. Que todos saibam que, para ganhar esta batalha, o que conta não são as iniciativas de caráter exterior, mas as que eu indiquei pela palavra e pelo exemplo.
A Luta contra Satanás
Sobre este ponto, meu filho, repito-te para os bispos o que te disse para os sacerdotes. Que desperdício de tempo e de meios, reuniões, encontros e discussões que, em muitos casos, se transformaram em meios de disputas e de divisões!
Reúnem-se muitas vezes para comer e para discutir, poucas vezes para rezar. Satanás e as potências do Mal combatem-se e vencem-se com a oração, com a penitência. Eis os apelos de minha Mãe! Reiterados apelos, caídos no vazio por uma excessiva, exagerada prudência, que degenerou em grave imprudência. Com maior atenção e solicitude, e com menos preconceitos e temores se deveriam encarar as minhas intervenções e as de minha Mãe.
Insisto na grave omissão imputável aos bispos e, com eles, a numerosos sacerdotes, por não terem tomado medidas adequadas, organizadas com fé e sabedoria, para travar e mesmo aniquilar as forças do Mal.
Não se encarou um problema central, fundamental: a luta contra as forças do Mal. Por outras palavras: Satanás, com as suas legiões, ficou com os trunfos na mão, porque se encontrou diante de um adversário espiritualmente desarmado. Não são muitos os que fazem penitência, os que rezam como se deve rezar.
Mortificação interior e exterior, penitência… Quem é que hoje treina os soldados, os meus confirmados para a luta?
Se nem sequer se tem a coragem de dizer que o Inimigo existe, que o Inimigo é a mais terrível realidade, que o Inimigo deve ser combatido com determinadas armas, por exemplo, o Rosário?… O Rosário, hoje alvejado, é uma arma formidável.
E uma gravíssima omissão dos bispos e dos sacerdotes não terem providenciado a tempo para substituir com novas formas, mas igualmente eficazes, as Confrarias do Santíssimo Sacramento, do Rosário, as Piedosas Uniões e outras instituições válidas nos tempos passados, para limitar a ação demolidora de Satanás nas almas.
Que se espera ainda para preencher esta grave lacuna, com grupos de oração e outras iniciativas, que eu não deixarei de sugerir, se mo pedirem, por exemplo, os “Amigos do Santíssimo Sacramento”? Satanás não se combate senão com as armas que usei e que transmiti aos meus apóstolos.
Atualização espiritual
Que comandante de Estado Maior, nos seus planos defensivos e ofensivos, não introduz o de uma atualização permanente das armas?
Na minha Igreja, isso não aconteceu. Falo aqui de armas espirituais. Não há tempo a perder. E urgente prever, formar, encorajar, em cada paróquia, grupos de oração.
Que os pastores de almas não se percam em discussões e consultas inúteis. Que chamem os seus sacerdotes e que tomem com eles medidas adequadas. Repito que é urgente fazê-lo. Repito-o, pensem o que pensarem aqueles que, cegos pela sua inconsciência, já não acreditam na justiça de Deus.
Eu te abençoo, filho. Não te preocupes, lança a semente e oferece o teu sofrimento para que, ao menos em parte, ela possa cair em terreno fértil.
Sois muitos os que me perguntais por que é que acontecem certas coisas no mundo, mas sobretudo na minha Igreja. Eu, Jesus, vou dar-vos a resposta.
O meu Vigário já a deu, e várias vezes. Lede os seus discursos destes últimos anos e constatareis com que clareza o Papa respondeu a esta pergunta. Muitos continuam a interrogar-se, porém.
A resposta do meu Vigário é a minha resposta; mas vós estais ainda às escuras. Eis porque intervenho pessoalmente com esta mensagem. Aquele que vo-la transmite é um simples instrumento que escolhi para esta missão. O mal de que sofre a Igreja e o mundo resume-se assim: crise de fé!
Que quer dizer crise de fé? Quer dizer crise de esperança, crise de amor. Quer dizer crise de sabedoria e de prudência, de fortaleza, de justiça e de temperança, crise de obediência, de pureza, de paciência, de piedade e de doçura.
Quer dizer crise de fome e sede de Deus, quer dizer crise de arrependimento, de humildade, de mortificação. São estes os males de que sofre a Igreja na sua Semana da Paixão. A Semana da Paixão antecede a Semana Santa.
Todos estes males podem ser sintetizados na crise de fé, de esperança e de caridade: podem-se simplificar ainda em duas palavras: crise de vida interior; mais ainda, numa só palavra: crise de graça.
Crise de graça
A graça é a participação da minha vida divina na alma. A graça é a alma da alma.
Eu, Jesus, sou um com o Pai e o Espírito Santo: Nós somos três Pessoas num. Ora, meu filho, vós fostes criados imagem e semelhança de Deus. Uma é a vossa alma, mas três são as vossas faculdades: inteligência, memória e vontade.
Não tanto por isso vos assemelhais a mim como sobre tudo pela vida sobrenatural, ou seja, pela graça. O homem tinha sido criado em estado de graça. Eu, Verbo de Deus, vim ao mundo para lhe restituir a vida perdida, através da minha Paixão, Morte e da minha Ressurreição.
Tal como eu, Deus, sou o Ser infinitamente simples, as sim vós, feitos à minha imagem, sois seres simples na vossa alma. A vossa alma não tem vários, mas um só compartimento, onde estão a fé, a esperança e o amor; como eu, em quem o Amor, a Misericórdia, a Verdade, a Justiça, a Sabedoria e todos os outros atributos, são um único Ser, são Deus.
Se no homem a fé está em crise, estão igualmente em crise a esperança, a prudência, a justiça, a fortaleza, a piedade, a temperança, o amor a Deus, o temor de Deus. A falta de tudo isto na alma humana (o que, consequentemente, quer dizer ausência de Deus) provocou a terrível crise de que sofre a humanidade inteira.
O materialismo, encarnação de Satanás, é a ausência de Deus na alma humana.Deus, porém, é amor, luz e justiça, ele é esperança e sabedoria, ele é fortaleza, ele é piedade e temperança, e todas as outras virtudes e perfeições.
O macaco de Deus
Nunca, meus filhos, uma crise de fé tão universal como a que existe hoje atormentou alguma vez a humanidade. Satanás, macaco de Deus, provocou, com a vossa cumplicidade, esse terrível obscurecimento nas almas.
Falei-vos de Semana da Paixão e disse-vos que a mesma antecede a Semana Santa. O que aconteceu na Semana Santa, todos o sabeis.
Disse-vos isto, filho, para que possais predispor a vossa alma e para que vos prepareis, por meio de uma vida de arrependimento. E todos tendes motivos para vos arrepender des. Disse-vos para que vos prepareis espiritualmente a fim de que, no momento da dura prova, eu vos possa encontrar com as lâmpadas acesas.
Ai dos que não tiverem a sua lâmpada acesa! Ai deles, porque eles não se arrependerão! Eles perecerão. Apesar de eu ser o Amor infinito e imutável, digo-vos que o tempo da misericórdia está a ponto de ceder o passo ao tempo da justiça.
Para vosso consolo, desejo lembrar-vos as minhas palavras: “Cum exaltatus fuero a terra omnia traham ad me ipsum”. O meu grande triunfo é sobre a Cruz. Com a Cruz venci o mundo, com a Cruz triunfam as almas escolhidas, com a Cruz triunfará a Igreja.
A Cruz vencerá a Serpente e a minha Mãe esmagar-lhe-á de novo a cabeça. Eu, Jesus, o Salvador, serei de novo a Luz, agora apagada e sufocada em muitas almas, mesmo dos meus sacerdotes. Eu serei de novo a Luz do Mundo.
Perguntai a vós próprios, meus filhos, por que não tendes vocações. Nunca vos interrogastes a respeito disso? É por causa da crise de fé.
Onde a Igreja está na Cruz comigo, as vocações não faltam. Refleti, filhos! Não vos faltam motivos e, por último, não esqueçais que eu comecei o meu caminho na Terra com um ato de infinita humildade. Sem a humildade, não há conversão. Abençoo-te.
— Querido Jesus, se queres me falar, fala-me. Ajuda-me a escutar a tua voz e atua em mim para que eu cumpra os teus desejos.
Sim, filho, sou Jesus, Verbo Eterno de Deus, desde sempre gerado pelo Pai, feito Came, na plenitude dos tempos, no seio puríssimo de minha Mãe e vossa, gloriosamente presente no Paraíso à direita do Pai, realmente presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade no mistério da Fé e do Amor.
— Então, ontem à tarde não estavas zangado comigo quando não respondias às minhas reiteradas perguntas?
Não, meu filho, disse-to esta noite.
— Jesus, eu queria perguntar-te uma coisa. Temo falar demais acerca da aproximação da terrível hora da tua justiça.
Não, meu filho, di-lo, assim o quero, assim o quero, e, quanto às mensagens, é também urgente andar depressa.
— Jesus, dirão que sou louco, porém!
Quantas vezes já te disse que não te preocupes nada com o que os outros pensem de ti! Os meus inimigos quantas vezes me acusaram de louco! Herodes fez-me vestir uma veste de louco, e assim enfarpelado, fez-me desfilar pelas ruas de Jerusalém.
Não quiseram levar D. Bosco para um manicômio? E os santos não foram todos considerados, mais ou menos, como um pouco loucos?
— A comparação não serve. Tu falas de ti e de D. Bosco. Eu, porém, Jesus…
Tu és a “gotinha de água a cair”. Não posso eu pegar nesta gota de água e fazer dela o que eu quiser? Não és tu que me dizes que queres ser um instrumento nas minhas mãos, cem por cento disponível?
Filho, eu sirvo-me, escolhendo quem, quando e como eu julgo bom. Servi-me de Balaam. Servi-me de Jonas. “Preferia morrer a…” Ele era recalcitrante, mas foi a Nínive. Ao escolher-te, precisamente por causa da tua nulidade será mais fácil que te convenças de que sou eu que falo naquele que se deu inteiramente a mim, para que eu faça dele o que quiser.
Tu te arrependes, meu filho de teres te dado a mim?
— Não, não! Não me arrependo, eu quero o que tu quiseres.
Filho, agora, eu te abençoo. Comigo abençoam-te o Pai e o Espírito Santo, e conosco te abençoam a minha Mãe e São José. Ao mesmo tempo, abençoamos todos aqueles por quem rezas e que mencionas. Lembra-te de que esta bênção é guarda-chuva protetor e escudo de defesa. Ama-me sempre cada vez mais.
Meu filho, escreve: Há três categorias de sacerdotes:
Há sacerdotes santos, bons, verdadeiramente bons, que vivem, em união comigo, a minha vida divina.
São iluminados pela Sabedoria, guiados, nas suas fadigas pastorais, pelo Espírito Santo. Seguem os meus ensina mentos, que lhes são comunicados pelo meu Vigário na Terra, o Papa. São animados e vivificados pelo amor, que é um fogo que purifica, que ilumina e que aquece, que os transforma e os une a mim, como eu estou unido ao Pai.
Desempenham com diligencia o seu ministério sacerdotal, trazendo-me as almas através da oração, da oferta, do sofrimento. São caros ao meu Coração Misericordioso e são caros a minha Mãe e vossa Mãe. São o objeto da minha predileto! A humildade que os anima atraiu-lhes o meu olhar misericordioso, de mim, Verbo de Deus, e do Pai e do Espírito Santo.
Por causa deles, da sua piedade, muitas tristezas foram poupadas aos homens; eles asseguraram a minha proteção. Um lugar e uma coroa os espera no Paraíso.
Sacerdotes desorientados
A segunda categoria é a dos extraviados, dos desorientados.
São aqueles que levam mais a peito os negócios do mundo que os de Deus. E há tantos, meu filho! Têm tempo para tudo, para seus afetos humanos, para as distrações, para leituras prejudiciais às suas almas, e que aumentam as sombras. Nenhum tempo para rezar, para meditar. A sua vida não é uma vida de união com Deus.
Falta-lhes o dom da sabedoria. Não veem, não compreendem; em suma, têm ouvidos e não ouvem; têm olhos, e não veem. O seu formalismo parodia uma prática de vida cristã, vazia de sua verdadeira alma, sem vida da graça.
Entre estes, foram muitas as evasões. Muitíssimas serão as fugas, as apostasias propriamente ditas, na hora próxima da justiça. Muitos, nessa hora, revelarão ao mundo a sua identidade de Judas. Disse “ao mundo”, porque conheço-os desde sempre.
O Pai espera-os
Contudo, eu os amo do mesmo modo, quero a sua conversão. O Pai espera-os. Ele tem apenas um desejo, dizer a cada um deles: “Vem, filho, tudo está esquecido, todas as escórias da tua alma são queimadas pelo meu amor!
“Precisamente porque te amo, não posso esconder-te a terrível responsabilidade que é resistir a Deus que te espera, a Deus que te ama ao ponto de derramar continuamente o seu precioso Sangue por ti.
“O doente que recusa o médico e os remédios está destinado a morrer. Eis porque quis chegar a ti por todos os meios, incluindo este apelo à conversão, antes que seja tarde demais.
“O instrumento de que me servi recebeu a ordem de gritar bem alto a todos: Convertei-vos ao Senhor vosso Deus; convertei-vos, antes que seja demasiado tarde”.
Repito: A hora da misericórdia está a ponto de ceder o passo à hora da justiça. Não ataqueis a minha insistência, não digais: é a monotonia da repetição. Sou o vosso Deus, sou o vosso Pai, sou o vosso Irmão, sou o vosso Salvador. Só o amor inspira e impele Deus a pedir-vos, a suplicar-vos: “Convertei-vos antes que seja demasiado tarde, de outro modo, perecereis”.
“Deus non irridetur”. É astúcia do vosso inimigo, Satanás, fazer-vos crer que a divina justiça está morta. Misericórdia e justiça, em mim, são uma só coisa. Como é possível tanta cegueira?
O Veneno de Satanás
A terceira categoria é formada pelos sacerdotes que se julgam bons. Vivem como se fossem bons, mas envolve-os um véu, o véu da sua presunção, que faz com que eles não vejam esta realidade interior, que pode muitas vezes passar despercebida aos olhos dos homens, mas não a mim, Deus.
Por outras palavras: falta-lhes a verdadeira e sincera humildade, essa humildade que deve fazer de vós outras crianças; falta a simplicidade da humildade. A eles, o meu Pai não revela nada.
A sua conversão é difícil; o seu orgulho é refinado, revestido de humildade. Debaixo dessa pseudo humildade, porém, está o veneno de Satanás, exatamente como certas joias aparentemente preciosas que, debaixo do verniz de ouro, são de vil metal. Só acreditam em si mesmos. Desdenham e levam a mal que alguém veja um pouco mais que eles.
Satanás estende, das mais variadas maneiras, laços aos meus sacerdotes. Também por estes é preciso rezar e sofrer, porque árdua é a sua conversão. Por ora basta, meu filho, vejo que estás cansado. Eu te abençoo e, comigo, abençoam-te a minha Mãe e São José.
Os bispos são os que eu, Sacerdote Eterno, chamei para os tomar participantes do meu Sacerdócio eterno. Os bispos são sucessores dos meus apóstolos. Os bispos são os chefes das igrejas locais. Os bispos, tendo à cabeça o Papa, o meu Vigário na Terra, formam o Colégio Apostólico. Os bispos unidos ao Papa são os depositários e os guardiães, os difusores e os defensores da minha divina Palavra: Ide e pregai o meu Evangelho a todas as nações”.
Os bispos, com o Papa, são os administradores dos frutos da Redenção; enquanto participantes da plenitude do meu Sacerdócio, todos deveriam possuir o dom da sabedoria.
Eu disse: “todos deveriam possuir”. Infelizmente, assim não acontece, e os que a possuem possuem-na em graus diversos, como a luz que não tem sempre a mesma intensidade. Uma é a luz do Sol em pleno meio-dia, outra a claridade que provém da Lua, outra ainda a luz do pirilampo.
Será que o Espírito Santo foi parcial? Não, meu filho. O grau de sabedoria está em relação com o grau da correspondência aos impulsos da graça.
Aqueles que, com sensibilidade atenta e vigilante, responderam generosa e corajosamente, por vezes heroicamente e com perseverança aos impulsos da graça, não os deixando cair no vazio, esses são cheios de sabedoria. Quem menos correspondeu, menos recebeu. Aqueles que não a possuem, isso significa que barraram o caminho ao Espírito Santo, com a sua presunção e o seu orgulho, raízes de todos os males.
Simplicismo presunçoso
Filho, os meus apóstolos, nos três anos que viveram ao meu lado, não fizeram grandes progressos no caminho da perfeição. A razão? O simplicismo presunçoso de que estava impregnada a sua alma. Confirmam-no as tolas perguntas que me fizeram várias vezes, à exceção do Apóstolo preferido, porque a sua alma pura, simples, humilde, o tomou extremamente caro a mim e ao Espírito Santo, que o enriqueceu com o dom da sabedoria, mesmo antes de Pentecostes.
Depois da minha Ressurreição, apareci a minha Mãe, a Maria Madalena, a Lázaro, aos discípulos de Emaús e a outros; mas não mediatamente aos apóstolos, os quais se sentiram, por isso, humilhados, mortificados e até um pouco vexados.
Esta lição serviu para os fazer entrar em si mesmos, para os levar a refletir na gravidade da sua fuga, no seu comportamento pouco honroso durante a minha Paixão. O simplicismo presunçoso, de que estava impregnada a sua alma, foi a causa do pesado sono que se apoderou deles. Não permaneceram vigilantes, dando assim o flanco emboscada do Inimigo, que os venceu.
Durante os quarenta dias que precederam a minha Ascensão, esvaziei-os do seu orgulho, preparei-os para a separação da Ascensão, preparei-os sobretudo para tomarem a sua alma disponível à ação do Espírito de Sabedoria.
Conferi-lhes o poder sacerdotal, que culminou na plenitude do Sacerdócio em Pentecostes.
Uma Cruzada incessante
A presunção é como uma barreira intransponível que se ergue entre Deus e a alma. Os bispos por ela contaminados nunca admitirão que te escolhi, a ti, gotinha de água a cair, para a realização do meu desígnio de amor. Por que é que muitos pastores do meu rebanho não perguntam a si mesmos a razão da esterilidade da sua febril atividade?
Já falei nisso na minha anterior mensagem dirigida a eles, mas volto intencionalmente a falar nisso, atendendo a que tão importante e determinante para as suas almas e para as que lhe estão confiadas, que nunca se falará demasiado.
Na Idade Média, fizeram-se Cruzadas entre os cristãos para libertar o meu sepulcro. E certo que o meu sepulcro sagrado, pois acolheu o meu Santíssimo Corpo. No entanto, apenas uma cova funerária que não vale tanto como uma alma, cujo preço é infinito, cujo preço é o mistério da Redenção.
As Cruzadas entram no plano do mistério da Salvação em curso. Elas têm a sua razão de ser como símbolo, uma razão figurativa; servem para indicar a necessidade de conduzir uma cruzada incessante contra o Príncipe das trevas e as suas tropas tenebrosas. Satanás é homicida no sentido mais autêntico da palavra.
Único fim
A minha Encarnação, a minha Paixão e Morte têm como único fim a libertação das almas da mortal escravidão de Satanás. A participação dos bispos e dos sacerdotes no meu Sacerdócio não tem outra finalidade que a de fazer deles meus corredentores na luta contra o poder das trevas, numa cruzada sem tréguas, conduzida com sabedoria, inteligência e constância, usando as armas que indiquei, pela palavra, mas sobretudo pelo exemplo.
Não há diversas alternativas. Se na minha Igreja se tivesse feito um bom uso destas armas, seria outra hoje a situação do mundo. Satanás comporta-se como senhor, porque não foi travado no seu avanço.
Ser corredentores significa (se os bispos e os sacerdotes o compreendessem!…) seguir-me pelo caminho seguro da humildade e da pobreza, do sofrimento e do amor, da obediência e da autoridade firme e estável na defesa da Verdade, de que eles são, com o meu Vigário, depositários e guardiães, na defesa da justiça, tão espezinhada e desprezada. Os bispos não podem ignorar, nem um instante sequer, que se nasce para morrer, que se morre para começar a ver dadeira vida, a vida eterna. E para esta que se devem dirigir os espíritos, os corações, as energias, para esta vida eterna que o Pai preparou e pagou com a humilhação da minha Encarnação e da minha Imolação na Cruz.
Os bispos e os meus sacerdotes não podem ignorar ou esquecer que o Inimigo do homem não dá tréguas e lança, dia e noite, os seus ataques para arrastar as almas para a perdição. Não é com as obras exteriores, não é com a heresia da ação ou outros meios inadequados à aspereza da luta contra um Inimigo muito mais forte e muito mais poderoso que eles…
Não deve ser subestimado
Eu tracei o plano de defesa que eles não souberam realizar; olhando para mim e seguindo-me na Cruz, eles poderiam ir beber à força para enfrentar e mesmo vencer o seu adversário, que não deve ser subestimado.
Filho, as contradições em curso na minha Igreja, a anarquia reinante, a inversão e a perversão da doutrina e da moral, a desorientação em que tateiam sacerdotes e fiéis, não são sem razão.
Queres algum exemplo? Observa as salas de cinema. Na igreja fala-se uma linguagem; nos cinemas, fala-se outra, oposta. Na igreja, fala-se de Deus; nos salões paroquiais divulga-se frequentemente o materialismo, a sensualidade, a violência.
Na mensagem anterior disse: mais valia não ter sacerdotes que transformar o Seminário num alfobre de heréticos.
Quem tem a responsabilidade de um tão grande mal? Deste caos? Uma parte considerável recai sobre aqueles que, dispondo dos poderes necessários, não atuaram. Esta incoerência é terrível. Eles estão inativos, desarmados face ao avanço irresistível das forças do Mal.
E, no entanto, eu venci o mundo. A minha Mãe esmagou a cabeça da Serpente com a sua humildade. E apenas unidos a mim na humildade, na pobreza, na obediência, que vós podeis vencer o Inimigo das vossas almas.
Todavia, a vida tranquila, o respeito humano, os interesses, o medo de perder o favor das pessoas, tomaram cegos aqueles que devem ser guias e luz das almas. O que se diz do cinema, pode-se infelizmente dizer doutras situações dolorosas, por exemplo, do ensino religioso nas escolas confiadas a sacerdotes heréticos.
Sim! Quantas sementes lançadas nas almas das crianças e dos jovens na idade mais crítica, e nem sempre por sacerdotes de vida exemplar! Mais valia que se confiasse esta delicada missão a bons leigos (e teria resultado um grande bem) que a sacerdotes transformados em demónios, em lobos vorazes.
A rigidez que tantos Pastores empregaram, para abafar no silêncio, tantas intervenções minhas e de minha Mãe, nesta hora de trevas, poderia ser utilizada, com razão, em muitas outras circunstâncias, com melhores resultados. Erros e imoralidades são propagados direta e indireta mente nas estruturas paroquiais. Não compreenderam os bispos este problema central da Igreja?
Será que não se dão conta de que eles próprios abriram as portas aos adversários, de que demonstram não conhecer ainda as manhas, as emboscadas, o poder e as seduções?
Será que não se dão conta das terríveis contradições de que está impregnada a sua pastoral? O Inimigo desencadeou uma grande batalha, com o materialismo, que é como que a sua encarnação; teve êxito nos seus ataques, pois não encontrou senão fracos contra-ataques.
Remediar a situação
Meu filho, é com grande amargura que tenho de fazer este apelo, porque é urgente remediar a situação, para preparar as almas pela oração e pela penitência.
A hora da misericórdia está a ponto de ceder o passo justiça. É necessário remediar a situação, ao menos preparando as almas, dando-lhes a conhecer que não é o meu Pai que deve ser acusado da hora grave que está a ponto de soar, mas sim o seu pecado e o seu desarmamento diante das foras do Mal. É necessário agir sem demora para que muitas almas não sejam arrastadas pela escuridão da noite que está a ponto de descer.
Não temas! Grita bem alto, porque os homens têm ou vido para ouvir e não ouvem, têm olhos para ver e não verem. A Luz está apagada nos seus corações.
As forças do Mal não prevalecerão, porém! A minha Igreja será purificada das loucuras do orgulho humano e, no fim, o amor de minha Mãe e vossa triunfará. Abençoo-te, filho. Reza, reza e oferece-me os teus sofrimentos.
Filho, na anterior mensagem para os bispos falei-te nas contradições em curso na pastoral dos bispos e dos sacerdotes. Estas contradições, se o quiserem, não lhes será difícil de constatar. Será ainda mais importante buscar-lhes as causas.
Nenhum se deve deixar vencer pela tentação de deixar andar. Se me invocarem com humildade, estarei junto deles para lhes infundir luz e coragem. Eu disse que é um tempo de revisão, e de urgente revisão. E tempo de intervir com firmeza, amor e prudência. Que eles não se deixem intimidar pelo Maligno, tomado forte e audacioso pela letargia em que caiu a minha Igreja.
A incoerência foi em muito ultrapassada pelas contradições, tão frequentes, tão espalhadas, que se transformaram em modo de vida, o que faz com que não sejam notadas. As consequências destas contradições em curso no meu Corpo Místico são verdadeiramente incomensuráveis. Infelizmente, não são o único mal.
Não é agora o caso de falar daqueles que se declaram ateus, mas dos que são habitualmente considerados como “bons cristãos”. No domingo de manhã vão à igreja, esperando talvez, para entrar, que tenha antes acabado o interminável comentário da minha Palavra. Aproximam-se dos sacramentos, poucos com uma fé fervorosa, muitos por hábito ou tradição familiar. Têm tão pouca convicção que, à tarde, não têm nenhum escrúpulo em ir assistir a filmes pornográficos ou, quando não o são, a filmes que são verdadeiras escolas de roubo e de violência de toda a espécie.
Depois, o veneno do materialismo entra em todos. Nos adolescentes e nos jovens, como um rio que não cessa de aumentar, entrou a corrupção e a imoralidade alastra. Todas as portas foram abertas, incluindo as dos que se dizem “bons cristãos”, que de manhã vão se confessar, sabendo que durante o dia pecarão gravemente.
Juízes das consciências
Sabem-no, e muitos confessores sabem-no, e continuam a absolver tudo e todos. De manhã a Santa Comunhão {que, portanto, não é santa) e à tarde frequentam-se os bailes, salas e reuniões, onde a exaltação da sensualidade é lei!
Os adúlteros confessam-se, sem dúvida, porque sabem O que não faltarão sacerdotes prontos a absolvê-los. Esqueceu-se as palavras claras e precisas: “Nolite ponere margaritas ante porcos”. Esqueceu-se que os sacramentos são os frutos preciosos da minha Paixão.
Esqueceu-se as palavras com as quais, eu, o Salvador e Libertador, conferi aos meus apóstolos e sucessores o poder de perdoar ou de reter os pecados. Eles esqueceram – muitos dos sacerdotes – que foram constituídos juízes das consciências. E é função do juiz, no exercício da sua profissão, inquirir sobre os delitos, sobre a importância dos delitos.
A ligeireza com o qual se absolve sempre tudo e todos não corresponde ao desígnio da minha misericórdia, mas a um plano de Satanás. Transformar os meios de salvação em meios de perdição e desacreditar o valor infinito da graça e dos meios que eu desejei para a distribuir.
Falei-te de Missas sacrílegas, agora digo-te que às Missas podes juntar as confissões sacrílegas, por vezes duplamente sacrílegas. Eis, filho, a raiz das comunhões sacrílegas: esta permissividade que toma indiscernível o lícito do ilícito, o bem do mal, onde tem suas raízes? Eis porque se impõe a revisão sem demora.
A anarquia entrou sem resistência, do foro externo para o foro interno, o que faz com que certos sacerdotes se tornem autores de novas doutrinas e de uma nova moral que tudo admite e tudo aprova.
As consequências são, em si mesmas, compreensíveis: para muitos sacerdotes, o sexto e o nono mandamento não têm razão de ser. Isto é um orgulho extremo; é querer substituir-se a Deus; é não acreditar em Deus; é não acreditar na Onipotência, na Onisciência, na Onipresença de Deus.
Satanás induz continuamente os sacerdotes a repetir o seu pecado de orgulho e de desobediência. Encontrou aliados fiéis na minha Igreja, induzindo-os a tomarem-se seus colaboradores na obra de demolição.
Será que Satanás e os seus colaboradores ignoram as minhas Palavras, que não mudam: “Eu estarei convosco até o fim dos tempos e as portas do Inferno não prevalecerão”? A minha Igreja será purificada, a minha Igreja será libertada!
Exige-o o meu amor por ela, exige-o a justiça, exige-o a minha misericórdia. Disto, não se tem uma justa visão.
Eu sou o Fogo
Filho, quantas vezes nas anteriores mensagens te falei das nuvens que envolvem a minha Igreja, numa profunda escuridão! Não o fiz por acaso.
Noutras ocasiões, disse-te que o amor pode comparar se a um braseiro ardente capaz de transformar e de comunicar a outras coisas de natureza diferentes (por exemplo, o ferro, em si frio e escuro) a sua própria natureza, ao exalar luz e calor. Um bocado de ferro posto num braseiro arde como o fogo, brilha como o fogo, crepita como o fogo e produz efeitos do fogo.
Eu sou o Fogo que veio à Terra para abrasar as almas com o meu amor, para as penetrar da minha vida divina. Sobre este Fogo, não é água que se joga para o apagar, mas todas as imundícies, todas as torpezas e toda a obscuridade que estão no espírito daquele que é trevas e pecado, que ódio e rebelião.
Que resta do braseiro ardente sobre o qual se joga água? Alguns carvões negros e fumegantes. O macaco de Deus faz tudo em oposição ao Deus Criador, ao Deus Redentor, ao Deus Santificador.
Eu vim à Terra para trazer o fogo do meu amor, para comunicar às almas o calor e a luz do meu amor divino e para fazer dos homens escravos, filhos de Deus, meus irmãos, herdeiros comigo da glória do Pai.
Satanás, que não perdeu nada do poder de que tinha sido dotado e da sua liberdade natural, está continuamente virado para uma obra de transformação das almas em tições negros e fumegantes, herdeiros, com ele, das penas eternas do Inferno.
Meu filho, não se quer compreender que a presença do homem na Terra está ordenada para a vida eterna, que a Terra é um exílio e um campo de uma batalha querida, não por Deus, mas pelo ódio, pela inveja e pelo ciúme de Satanás e das suas legiões diabólicas.
Poder-se-ia dizer agora que ele teve êxito no seu plano: o de convencer os homens da sua inexistência e de lançar na letargia bispos e sacerdotes, ao ponto de não notarem as contradições em que estão imersos. A última palavra, porém, será de minha Mãe e vossa, que esmagará de novo, com o seu pé, a cabeça da maldita Serpente.
Um despertar da fé, da visão realista e trágica das contradições em que se vive, a volta a um sincero arrependimento, poderiam parar a derrocada em marcha. Será que serão de novo a obscuridade, a presunção e o orgulho que vencerão?…
Que ninguém se iluda
Grita bem alto, filho: Que ninguém se iluda, os dias estão contados. Ai dos que permanecerem surdos, insensíveis aos meus apelos. Opôs-se demasiada resistência à minha misericórdia. É o tempo da revisão, é ao sua tempo cortar o mal pela raiz, é o tempo de sacudirem a sua letargia, de virem a campo e travarem a batalha contra o inimigo infernal. Eu venci Satanás, eu venci o mundo, eu venci a morte.
Meus filhos, coragem! A hora é grave, mas, unidos a mim, unidos uns aos outros, podeis salvar-vos.
É a última possibilidade que vos é oferecida. Não vos faltam os meios- e são mais que válidos – para travar, parar e limitar o insolente avanço do Inimigo.
Abençoo-te, filho. Oferece-me as tuas tribulações: elas desagravam-me da louca e insensata obstinação de tantas almas que me estão consagradas.
Disse-te, ao falar da confissão, que o modo como este sacramento é administrado não corresponde, de forma alguma plano da minha misericórdia e do meu amor, mas antes a um perverso desígnio do Maligno.
Ele não descansou enquanto não conseguiu transformar este sacramento, meio de ressurreição e de vida, num instrumento mortífero de perdição, obscurecendo, ele, o Príncipe das trevas, este precioso fruto da minha Redenção.
Disse-te, numa recente mensagem, que constituí os meus sacerdotes juízes das consciências. Como?… Não sou eu o Eterno Sacerdote?…
Quando, por mim chamados, vos consagrastes a mim, fiz-vos participantes do meu Sacerdócio, como, de resto, faço participar as almas (com os outros sacramentos) na minha vida sobrenatural. No entanto, sou o Ser infinitamente simples: Em mim não há atributos ou perfeições distintas. Sou o Ser infinita mente perfeito e em mim estão todas as perfeições.
Eu sou o Sacerdote Eterno. Eu sou o Juiz Eterno. Eu sou o Amor Eterno e a Justiça Eterna. Eu sou a Misericórdia Eterna. A mim, Juiz, está reservado o juízo particular de cada homem, juízo sem apelo, irrevogável, que terá a sua conclusão final com o Juízo geral, quer para a humanidade quer para a natureza angélica.
Eu, o Juiz infinitamente justo, julgo cada homem com justiça. Ser juiz significa: absolver ou condenar com justiça as faltas daqueles que pecaram. Todo sacerdote deve ser um juiz reto, justo e imparcial. Este poder não provém deles, mas de mim, Juiz Eterno.
Um grande número exerce este poder como se ele proviesse deles; administram este poder sobrenatural com uma ligeireza e uma inconsciência que faz estremecer todos os que têm um pouco de sensibilidade espiritual. Ajuda-se os penitentes a encontrar todas as justificativas possíveis para os seus pecados, concluindo que a misericórdia de Deus é grande.
Confissões sacrílegas
A misericórdia de Deus é não só grande como infinita, mas isso não autoriza ninguém a abusar dela de uma forma vergonhosa.
É importante, filho, por isso te repito o seguinte: “De administradores da justiça divina, não vos transformeis em cúmplices do demónio; de instrumentos de salvação, em instrumentos de perdição!’’ Ninguém se ri de Deus impunemente. As palavras com que instituí este meio de salvação, são de uma clareza sem equívocos: remitir ou reter os pecados.
Não pode haver confissão válida sem uma contrição sincera; não pode haver contrição sincera sem um sério, eficaz propósito de não mais querer pecar. Muitas confissões são nulas. Muitas duplamente sacrílegas. Quem se confessa sem ter as necessárias disposições, ou quem absolve sem verificar que existem as necessárias disposições, profana o sacramento e comete um sacrilégio.
Avilta este prodigioso meio de salvação, transformando-o em meio de perdição, o sacerdote que se toma cúmplice do malvado desígnio de Satanás. Não procura Deus nem o bem das almas, mas busca-se a si mesmo, e é terrível antepor-se a Deus.
— Então, Senhor?
Sim, meu filho, não um rigor tolo, mas retidão e justiça. Porque teria eu dito aos meus apóstolos e aos seus sucessores: “Ide, e a todos aqueles a quem perdoardes os pecados, ficar-lhes-ão perdoados, e a todos a quem os retiverdes, ficarão retidos”? É evidente que com estas palavras se exige um juízo sério e equilibrado, que não admite compro misso com ninguém, nem com a sua própria consciência, nem com o penitente e ainda menos comigo.
Mais nada é pecado
Meu filho, eu repito de propósito muitas coisas para melhor imprimir na alma dos meus sacerdotes este ponto capital da atual pastoral. Sim… Absolve-se tudo e todos sem nenhuma discriminação. Para muitos sacerdotes é tão fácil absolver posto que já nada é pecado!…
A pureza deixou de ser uma virtude; a paternidade responsável que, bem compreendida, é uma boa coisa, tornou-se motivo para todos os abusos nas relações matrimoniais. Sob o pretexto de favorecer a cultura, autorizam-se as leituras mais anticonformistas onde o germe da luxúria e dos erros filosóficos e teológicos são lançados sem parcimónia.
Tudo, hoje em dia, se baseia na fraude, no roubo; a justiça requer que o confessor se assegure do sério, eficaz propósito de restituir o bem mal adquirido. Muitas vezes o penitente nem sequer é avisado a respeito deste dever estrito.
Em nome do progresso, para convencer o penitente de que o confessor é um homem moderno, à altura dos tempos, fecha-se os olhos. Eles passam estas coisas por alto, eles que têm a responsabilidade de combater o mal na raiz, sempre, em toda a parte e ininterruptamente, para não serem oprimidos (o que, apesar de tudo, acontecerá) nesta obscura e terrível hora que estais a viver.
Abençoo-te, e comigo te abençoam a minha Mãe e São José.
Meu filho, o assunto de que vou falar-te esta tarde não novo. Várias vezes te falei nele nas anteriores mensagens. Trata-se da luta que Satanás desencadeou contra o homem. Não podendo enfrentar diretamente a Deus, combate-o indiretamente descarregando a sua maldade desesperada (feita de ódio, de inveja e de ciúme) sobre o homem destinado a preencher os vazios abertos pela sua rebelião contra Deus.
Satanás é chamado Príncipe das trevas porque o seu objetivo fundamental é obscurecer, entenebrecer a luz de Deus nas almas.
Deus é Luz. Satanás é treva.
Deus é Amor. Satanás é ódio.
Deus é Humildade. Satanás é orgulho.
A guerra declarada por Satanás ao homem, em ódio a Deus, tomou, na sua horrível realidade, proporções tão vastas e grandiosas que não tem equivalente na história humana.
A guerra em geral é formada por uma sucessão de batalhas. Esta batalha de uma guerra que continuará até o fim dos tempos, é a maior e a mais terrível. O seu epílogo não está longe, ele surgirá por intervenção direta de minha Mãe e vossa.
Esta esmagará de novo a cabeça da Serpente. Ela, a humilde escrava do Senhor, pela sua humildade, venceu a soberba e o orgulho, e vencê-los-á definitivamente no fim dos tempos.
Satanás é trevas e, portanto, não vê. O seu orgulho desesperado impede-o. No entanto, teme a derrota nesta batalha que para ele será motivo de vergonhoso aviltamento, enquanto para a minha Igreja purificada ela será motivo de longo período de paz, e sê-lo-á também para os povos, curados dos inúmeros males de que sofrem hoje em dia.
É por isso que Satanás empregou todas as suas possibilidades e as das suas legiões. Todas as astucias, todas as emboscadas da sua natureza corrompida, mas rica de inúmeros dons de poder, de inteligência e de vontade, são postas em ação na louca tentativa nascida e amadurecida nele desde o momento da sua rebelião contra Deus.
Destruir-me a mim, Cristo, Verbo de Deus feito Carne, e à Igreja saída do meu Coração aberto, tal é o objetivo desesperadamente cobiçado e tenazmente perseguido.
Eles fecham os olhos
A louca cegueira, porém, fê-lo cometer muitos erros ticos, sobretudo de se pôr demasiado a descoberto. Um general prudente não deixa nunca entrever os seus planos aos inimigos, sabendo bem que se trata de uma imperdoável imprudência. Pelo contrário, Satanás deixou mostra muitas das suas cartas.
Por isso o meu Vigário na Terra pôde dizer recentemente que hoje na Igreja há acontecimentos que não se podem explicar humanamente: neles, são evidentes as intervenções diretas do Príncipe das trevas.
E, contudo, bispos e muitos sacerdotes e a quase totalidade dos cristãos não veem. Não veem, porque fecham os olhos à luz, porque têm o espírito e o coração mergulhados na obscuridade.
Quando Paulo VI disse: “O fumo de Satanás entrou na Igreja”, que quis dizer? O contágio de Satanás entrou na Igreja. O contágio de Satanás é a soberba, o orgulho.
Repito: Satanás, na sua louca, desesperada ilusão, propõe-se, como principal objetivo, apagar-me, a mim, Verbo Eterno de Deus, da, face da Terra e, naturalmente, comigo, a minha Igreja, saída do meu Coração aberto. Ele desejaria aniquilar o mistério da Encarnação, razão e causa da libertação da humanidade da sua tirania.
Com a queda de Adão e Eva, julgava ter vencido Deus, julgava ter para sempre um completo domínio sobre os filhos do pecado; estava convencido de que, com o engano e a astúcia, tinha arrancado a Deus Criador as suas criaturas, sujeitando-as ao seu domínio incontestado, no tempo e na eternidade. Deus, porém, é amor e, com a aquiescência unânime da Trindade Divina, foi decretado o mistério da Salvação: da o implacável ódio de Satanás a Deus e ao homem.
A vitória na mão
Atualmente, Satanás, sendo trevas, não tem a justa visão das coisas e está convencido de ter a vitória na mão.
Por isso, não deixará a sua presa, a humanidade contaminada pelo seu mal que é a soberba e a presunção, sem dramáticas e horríveis convulsões. Esta guerra terá o seu epílogo no fim dos tempos. E dizia eu que a guerra é uma sucessão de batalhas. A batalha atualmente em curso é a maior depois da travada por São Miguel e as suas tropas contra as potestades rebeldes.
Muitas, grandes batalhas houveram durante os séculos, mas nenhuma se pode comparar à batalha atual, em que estão implicadas nações e povos do mundo inteiro.
Os meus filhos de predileção serão, mais que os outros, alvo de uma feroz perseguição, mas não devem temer, porque na hora da provação eu estarei neles. Eu que sou a Sabedoria, a Misericórdia, o Amor, mas também a Onipotência, saberei transformar as obscuras manobras e o louco orgulho de Satanás e das suas legiões num triunfo da minha Igreja purificada.
Ai daqueles, meu filho, que se recusam a ver! Basta um ato de sincera humildade para permitir que a luz penetre nas suas almas. Estúpidos e insensatos se se obstinam a resistir ao Amor que os quer salvar. Eles não sabem e não pensam naquilo a que renunciam? Não sabem e não pensam no que os espera?
Eis, meu filho, como a minha Igreja está mergulhada na noite!…
A Terra é local de exílio, a humanidade inteira está em marcha para a eternidade.
O materialismo
O materialismo, encarnação de Satanás, negando Deus e substituindo-se a ele, pretende dar aos homens um paraíso aqui, na Terra, uma felicidade que ele não possui e que, por conseguinte, não pode dar.
Trágica mentira, astuciosa armadilha a que muitos cristãos e sacerdotes e até bispos se agarraram em nome do progresso, esquecendo a finalidade da Criação e da Redenção!
Eis porque já não se fala dos Novíssimos do homem, do verdadeiro inimigo do homem, do pecado com que se identifica a obra de Satanás. Disto são responsáveis um certo número de bispos e numerosíssimos sacerdotes. A quase totalidade dos cristãos deixou-se seduzir, desviando-se do caminho reto.
Cada indivíduo é, contudo, uma marcha para a eternidade, de alegria ou de danação eterna.
O homem, presa de Satanás, encontra-se no centro de uma luta desencadeada por Satanás para o arrancar a Deus que, com um desígnio providencial, enviou à Terra o seu Verbo feito Came, para libertar o homem e assim restituir-lhe a sua grandeza, a sua dignidade e a sua primitiva liberdade.
A quem compete guiar o homem no seu caminho e peregrinação terrestre? À minha Igreja.
O príncipe das trevas, porém, trouxe à minha Igreja o seu terrível contágio: soberba e orgulho, obscurecendo os espíritos e endurecendo os corações.
A Igreja é minha
A Igreja, porém, é minha, filho! Ela saiu do meu Coração Misericordioso e aberto. Eu quero a minha Igreja: una e santa, pura e resplandecente da minha doutrina, e não dividida pelos heréticos, numa perpétua oposição entre si. E assim será depois da Purificação próxima.
Eu triunfei, como já te disse, no sofrimento e na dor, e assim também acontecerá com a minha Igreja. Eu conheci horas de trevas. Eu conheci as violências e as humilhações de toda a espécie. Também gritei: “Pai, meu Pai, por que me abandonastes?” Este grito, muitos dos meus filhos hão de elevá-lo ao Céu no cúmulo da sua paixão.
Deus, porém, que é Amor, pode abandonar os seus filhos que amou e que ama desde toda a eternidade? A mulher geme, ao dar à luz, mas em seguida rejubila, porque deu à luz um filho.
É tempo de que o grão lançado no seio da terra apodreça para em seguida dar muito fruto. Está perto a hora em que a minha Igreja gemerá na feroz e inaudita perseguição, para poder renascer Una, Pura, Santa e Imaculada.
Ela será a Mãe dos Povos que se reunirão sob as suas asas e, na paz e na justiça, será mestra e guia segura para todos os homens de boa vontade. Eis porque te digo: é urgente andar depressa. Quero que os bispos e os sacerdotes se preparem, na humildade e na penitencia, na oração, que deve ser unânime. Não se devem esquecer de que à minha Paixão se seguiu a minha Ressurreição. Abençoo-te, meu filho.
Oferece-me os teus sofrimentos, consola o meu Coração trespassado pela dureza e insensibilidade dos meus redimidos, dos meus ministros, daqueles que chamei e amei como irmãos e amigos.
Creio em ti, ó Jesus, Uno com o Pai e com o Espírito Santo, na unidade de natureza, de essência, de vontade e trindade de Pessoas.
Jesus, dá-me uma correspondência sensível e imediata, generosa, corajosa e perseverante.
Jesus, pega-me na mão e leva-me onde, como e quando tu quiseres. Sê em mim fermento de transformação sobrenatural, de purificação, dia e noite, mas especialmente durante a Santa Missa.
Meu Jesus, aceita-me como sou para me tornares como tu gostarias que eu fosse! Ensina-me os teus caminhos e guia-me por eles.
Jesus, que seja tu a dirigires os meus passos na realização da tua vontade.
Revela-me ó Senhor, os teus pensamentos e os teus desejos, ajuda-me a traduzi-los na vida de cada dia.
Sê tu, Jesus, aquele que, em mim, crê e espera, ama e confia; sê aquele que, em mim, se cala e aceita, sofre e oferece.
Sê aquele que reza e adora, que fala, que vive em mim.
Jesus, aumenta em mim, sem limites, a fé, a esperança, a caridade; aumenta, sem fim, a sabedoria, a justiça e a fora, a piedade, o temor de Deus e a temperança.
Jesus, dá-me, sem medida, a fidelidade e a confiança, a humildade e o arrependimento, o abandono e o espírito de mortificação e de obediência, de pobreza e de pureza.
Reaviva em mim, ó Jesus, a tua paciência e mansidão, a tua doçura.
Meu Jesus, tem piedade de mim: sou um homem pecador.
D. Ottavio Michellini