
FESTA DA SANTA CRUZ
Nesta festa, celebramos a descoberta da verdadeira cruz por Santa Helena, no ano 326 d.C. Mais importante ainda, comemoramos a vida de Jesus, sua morte salvífica e ressurreição, uma vitória sobre o pecado e a morte. Durante séculos, a festa se celebrava anualmente em 3 de maio.
Hoje a Igreja Católica celebra o dia da Santa Cruz – festa da Cruz de Maio, ou das cruzes – como memória daquele madeiro onde Jesus morreu, e que sempre foi considerada o sinal mais significativo do cristão.
Não foi em vão que o próprio São Mateus fez referência a ela em seu evangelho: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem, e lamentarão todas as tribos da terra, e verão o Filho do Homem vivendo no nuvens do céu “com poder e grande glória”.
A origem desta celebração, que na atualidade é uma festa popular com diferentes manifestações em vários países do mundo, data do século IV, na época de Constantino I, o Grande, de quem se diz, que antes de enfrentar os bárbaros nas margens do Danúbio, teve uma visão no céu de uma cruz que dizia em cima: “Com este sinal vencerás.”
A história, que para alguns tem um matiz lendária, diz que Constantino ordenou imediatamente a construção de uma cruz que foi colocada à frente do seu exército, e que venceu sem problema o exército inimigo.
Mais adiante, continua a história, foi o próprio Constantino quem encomendou a missão à sua mãe, hoje Santa Elena, de procurar a verdadeira cruz onde Cristo morreu.
Com efeito, assim fez a mulher, que se dirigiu a Jerusalém, e com a ajuda de uns sábios sacerdotes, encontrou no Monte Calvário, três madeiros ensanguentados.
Narra a tradição, que para determinar qual era a cruz na qual havia morrido Jesus, pediram pessoas enfermas que tocassem uma por uma as três cruzes, notando que uma em particular, curava os enfermos.
Desde então – com o achado da cruz de Cristo, e com o desejo de Elena de comemorar a data em que este pedaço de madeira foi encontrado – a Festa da Santa Cruz foi celebrada no mundo.

A FESTA DAS CRUZES NO MUNDO
Esta comemoração tem manifestações diversas em vários países do mundo.
Na Espanha, por exemplo, na Fiesta de las Cruces, como é conhecida no país europeu, são feitas cruzes com flores, as quais levam em procissões pelas ruas, e às vezes são acompanhadas por passos que carregam crianças.
Em cidades como Granada, as ruas, praças, pátios e escolas são enfeitadas com cruzes de flores, principalmente cravos vermelhos e brancos.
Na Colômbia, também costuma-se fazer cruzes de tamanho médio, com folhas secas ou flores, e em departamentos como Risaralda, Quindío e Antioquía existe a tradição de comemorar o “Dia dos Mil Jesus”, que consiste em repetir o nome de Jesus mil vezes. Isso com a crença de que Deus os protegerá durante todo o ano.
Por sua vez, na Venezuela realizam-se os chamados “Velorios de la Cruz de Mayo”, uma festa que combina tradições espanholas com elementos indígenas e afrodescendentes. Para a ocasião, as pessoas decoram cruzes com fitas e papel colorido, para expressar, de forma alegórica, o desejo de aliviar Jesus da dor de sua crucificação.
No Peru, esta festa é vivida de forma particular na região de Tacna, localizada no sul do país sul-americano, onde diferentes irmandades, antes de 3 de maio, fazem cruzes que são colocadas no topo das colinas da região, que, uma semana antes da festa, eles são retirados e reunidos na Catedral de Tacna para serem venerados durante o mês de maio pelos fiéis da região.




A descoberta da Cruz de Cristo foi feita por Santa Helena, Mãe do Imperador Constantino entre os anos 325 e 327.
Segundo os dados oferecidos pelos historiadores da época, Elena supervisionava os trabalhos de desmantelamento do fórum ocidental, de um templo consagrado a Afrodite em Jerusalém. Enquanto se realizavam estes trabalhos, foram encontradas as três cruzes, os cravos e o “titulus crucis” (o letreiro ordenado por Pilatos para ser colocado na cruz).
Surgiu o problema de saber qual das três cruzes era a do Senhor. Assim, Teodoreto de Ciro disse: “Não estavam seguros sobre qual delas havia sustentado o corpo do Senhor e recolhido as gotas de seu precioso sangue” (História da Igreja I 17).
Parece que se encontrou o titulus sobre a cruz do centro, o que ajudou a distinguir qual era. Assim o narra Ambrósio de Milão (De obitu Theodosii 45) e João Crisóstomo (Homilias sobre o evangelho de João 85).
No entanto, Elena continuava cheia de dúvidas (cf. Sócrates Escolástico, História da Igreja I 17). Segundo outras narrativas, a verificação foi levada à cabo pela cura milagrosa de uma mulher enferma de “mal grave” (cf. Teodoreto de Ciro, História da Igreja).
De qualquer forma, o mais provável é que a distinção se tenha feito graças às marcas dos pregos, pois o Evangelho de João diz que somente Cristo foi “pregado” na cruz.
A própria Elena, ao retornar a Roma, decidiu que a cruz fosse partida em duas, de maneira que uma parte dela pudesse ser transferida para a capital do império. O título também foi dividido em dois, com idêntica motivação.
Logo, há testemunhos de Cirilo, Bispo de Jerusalém (certamente testemunha do achado) que diz na sua Catequese: “ainda se pode ver hoje” (cf. Cat. X, 19, mas também XIII, 4).
A Igreja celebrou a descoberta da Cruz por Santa Helena no dia 3 de maio, sendo denominada “Festividade da Invenção da Cruz.” No ano de 613 os persas invadiram Jerusalém e aniquilaram a guarnição bizantina.
O rei persa, Cosroé II Abharwez (o vitorioso) enviou o bispo de Jerusalém deportado, junto com as relíquias da cruz, para a cidade de Ctesiphon, próxima de Bagdá.
A indignação dos bizantinos foi tal, que imediatamente fizeram guerra contra os persas. Após a rendição do rei, o imperador Heráclito pediu que a relíquia lhe fosse devolvida.
Este levou em procissão a parte da cruz à Constantinopla, e mandou reedificar a Igreja do Santo Sepulcro. Um ano depois, as relíquias foram devolvidas a Jerusalém. A recuperação da relíquia da Cruz por Honório, é celebrada no dia 14 de setembropela Igreja sob o nome de “Festa da Exaltação da Cruz”.
No ano 638, os muçulmanos reconquistaram Jerusalém, e com ela, tomaram controle sobre a relíquia da cruz. Entre momentos de tolerância e vingança, a cruz ficou em suas mãos, junto com a cidade.
Após ser recuperada pelos cruzados, a cidade de Jerusalém tomou o apelativo de “civitas crucis”, pois ali se encontrava a relíquia mais importante da cristandade.
Após a reconquista da cidade por parte dos muçulmanos, se perderam todos os traços dos fragmentos da Cruz que permaneciam em Jerusalém, restando os existentes em Roma, e outros pontos da cristandade, a partir dos dois fragmentos originais.
Hoje a maior relíquia da Vera Cruz está no Mosteiro de Santo Toribio de Liébana.
Fonte da matéria supra:
1 – “La fiesta de la santa cruz y sus manifestaciones en diferentes partes del mundo.” (GaudiumPres – Catholic.net)
2 – Coordenação Mundial do Apostolado.
Hoje o Apostolado dos Sagrados Corações Unidos de Jesus e de Maria oferecem a Devoção dos Mil Jesus do Apostolado em reverência, reparação e alegria do achado da árvore da vida, o belo madeiro no qual nosso Salvador deu sua vida para nos redimir, triunfando sobre a morte e o pecado.
