Dias Litúrgicos

16 de Julho: Festa de Nossa Senhora do Carmo

16 de Julho: Festa de Nossa Senhora do Monte Carmelo

1 – A Ordem Carmelita 

A Ordem Carmelita teve seu berço no Monte Carmelo, na Palestina, e seu espirito está caracterizado por dois elementos: sua origem eliana (Profeta Santo Elias) e sua dedicação a Maria Santíssima.

O Monte Carmelo se eleva entre os confins da Galiléia e Samaria, na Palestina. Limita-se ao norte com Haifa, cidade marítima; pelo sul, com as terras de Cesaréia; pelo leste com a planície do Esdrelon e pelo oeste, com o mar Mediterrâneo. Carmelo significa “graça” e “fertilidade.

No Monte Carmelo viveu o Profeta Elias, saboreando a presença divina e ao levantar-se “como uma chama”, marcou a história de Israel.

Vários Mosteiros funcionaram no Monte Carmelo. Atualmente, em uma parte, segue ele sendo morada dos Carmelitas Teresianos. Em outras partes dele, moram Israelitas.

A Ordem do Carmo reconhece no Profeta Elias seu Pai e Fundador. Não materialmente, mas espiritualmente. A Igreja também assim o vê. Tanto que na Basílica de São Pedro em Roma, na galeria dos fundadores das Ordens Religiosas, aparece a imagem de Santo Elias, e nos seus pés, lê-se esta inscrição: “Universus Ordo Carmelitarum, fundatori suo S. Eliae Prophetae erexit.”

O Profeta São Elias, o maior profeta do Antigo testamento,  viveu entre os anos de 910 e 850 a. C.

O nome Elias, significa: “Javé é Deus”. Nasceu em Tesbis, na Transjordânia.

Os religiosos Carmelitas tem sua origem no Oriente, e mais exatamente no Monte Carmelo, de onde se deriva seu nome: Carmelo, de Carmelitas, junto a fonte de Elias.

Elias é a força inspiradora e dinâmica do Carmelo. O motivo da atração para todos aqueles que se sentem chamados a uma vida de oração e de intimidade com Deus, que se desdobra no amor ao próximo: “Vive Deus, em cuja presença estou… morro de zelo pelo Senhor Deus dos exércitos” (1 Reis, 19, 10), que é o lema do Carmelo: “Zelo zelatus sum pro domino Deo exerci tuum” (1 Reis, 19, 14).

O primeiro documento histórico que nos fala do profeta Elias como Pai do Carmelo, são as Constituições do Capítulo de Londres, de 1281. Ali se diz que os Carmelitas descendem de Elias através dos “padres do Antigo e Novo Testamento.”

Elias e Maria Santíssima. Eis as duas figuras estelares sem as quais o Carmelo deixaria de ser o que é. Elias, infundindo-lhe seu espirito contemplativo e ardoroso; e Maria, o modelo e Mãe da Ordem, a ela consagrada. Tanta foi a dedicação da Ordem a ela, que com razão se a pode definir como a “Ordem de Maria”. De fato, o título oficial que ela ostenta é este: “ORDEM DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA DO MONTE CARMELO.”

O significado fundamental deste título se resume na expressão da índole Mariana do Carmelo.

Consta de fato, a veneração especial dos Carmelitas por Maria.

Todos os autores mostram-se intimamente convencidos de que a Ordem do Carmo está fundada em honra da Santíssima Virgem Maria, sua singular padroeira. E esta fisionomia Mariana era o que mais impressionava antigamente aos estranhos.

E em tudo isto, um dado aparece como certo: que desde cedo a Ordem expressou sua consagração integral a Maria, por meio da fórmula da expressão religiosa. O Carmelita faz seus votos a Deus e a Nossa Senhora, sob o título de Maria do Monte Carmelo. E de tal extensão é esta consagração a ela, que já o Geral da Ordem, Bernardino Oller escrevia ao Papa Urbano VI: “que o ensinar que Maria não é Padroeira da Ordem Carmelitana, seria dar ocasião aos religiosos de perder sua vocação e de por em pauta de juízo a validez de sua profissão.

Na espiritualidade carmelitana, a figura de Maria é aprestada como Mãe e Modelo de perfeição evangélica. No Carmelo há uma espécie de refrão que diz: “Maria em nós e com ela Cristo.” De Maria efetivamente esperamos nós, Carmelitas, que forme a Cristo em nós. Assim nos ensinam a fé e a experiência dos nossos antepassados.

2 – A Confraria e o  Escapulário de Nossa Senhora do Carmo

A Confraria do Escapulário do Carmo teve sua origem em meados do século XIII. Em 1209 os Freis Carmelitas receberam uma rigorosíssima Regra aprovada pelo Patriarca Alberto, de Jerusalém. Alguns religiosos do Carmelo foram convidados por dois nobres fidalgos da Inglaterra para acompanhá-los e fundar conventos na Inglaterra, o que fizera. Por essa época, vivia no condado de Kent, na Inglaterra, um eremita, que há vinte anos habitava na solidão, tendo por residência o tronco de uma árvore. O nome desse eremita era Simão Stock. Atraído pela vida  mortificada dos carmelitas recém-chegados, como também pela devoção Mariana que aquela Ordem cultivava, pediu admissão, como noviço na Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Em 1225, simão Stock foi eleito Cadjutor-Geral da Ordem, já então bastante conhecida e espalhada.

A Ordem começou a sofrer muita oposição e Simão Stock fez uma viagem a Roma. O Papa Honório III, avisado em misteriosa visão que teve de Nossa Senhora, não só recebeu, com toda a deferência, os religiosos carmelitas, mas aprovou, novamente a Regra da Ordem. Simão Stock visitou depois os irmãos da Ordem no Monte Carmelo, e demorou-se com eles seis anos.

No ano de 1245 Simão Stock foi eleito Superior-Geral da Ordem e a Regra teve aprovação do Papa Inocêncio IV.

A Ordem de Nossa Senhora do Carmo, colocada sob a proteção da Santa Sé, começou a ter, então, uma aceitação extraordinária no mundo católico. Para isto concorreu, poderosamente, a Irmandade do Escapulário, que deve a fundação a Simão Stock.

Homem de grandes virtudes, privilegiado por Deus com os dons da profecia e dos milagres, empregou Simão Stock toda energia para propagar, na Ordem e no mundo inteiro, o culto Mariano. Sendo devotadíssimo de Maria Santíssima, desejava obter da Rainha Celestial um penhor visível de sua benevolência e maternal proteção.

Segundo a tradição, a Ordem do Carmelo atravessava uma fase difícil entre os anos de 1230 e 1250. Os monges, forçados pelos muçulmanos a abandonar o Monte Carmelo, emigraram para a Europa. De inicio não foram bem aceitos. O futuro da Ordem estava ameaçado.

Neste difícil periodo, o Superior Simão Stock compôs uma oração que era rezada constantemente, por ele e todos os religiosos Carmelitas:

“Flor do Carmelo, esplendor do Céu, videira florida, Mãe sempre Virgem e singular, aos vossos filhos, Carmelitas, dai privilégios Ó Estrela do Mar!”

Ao pedir e rezar, o Santo Monge buscava junto à Mãe de Deus, sinais evidentes de proteção à Ordem a Ela dedicada.

Então, no dia 16 de julho de 1251, enquanto Simão rezava, a Virgem Maria apareceu. Tomando o Escapulário nas mãos, disse:

“Recebe, filho muito amado, este Escapulário, como especial graça para tua Ordem É um sinal de salvação! Quem morrer revestido com ele, não padecerá o fogo eterno.”

O piedoso Monge, como todo verdadeiro devoto de Maria, vivia em permanente oração e entrega confiante. Nossa Senhora responde, garantindo proteção sempre e em toda parte. É neste sentido que a Igreja recomenda a devoção a Nossa Senhora do Carmo, como caminho seguro para a conversão e entrada no Reino de Deus.

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo é um sinal visível de nosso pertencer a maria e da proteção e Maria em nossa vida. O valor principal do Escapulário é a consagração a Maria Santíssima.

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo:

  • na vida protege
  • na morte salva
  • no purgatório liberta

São portanto, duas as verdades recordadas no sinal do Escapulário:

  • Proteção contínua da Virgem Santíssima, não só ao longo do caminho da vida, mas também no momento da passagem para a plenitude da glória eterna.
  • consciência de que a devoção a Ela não pode se limitar a orações e obséquio em sua honra, em algumas circunstâncias, mas deve constituir um “hábito”, isto é, jm ponto de referência permanente do seu comportamento cristão, tecido de oração e de vida interior, mediante a prática frequente dos Sacramentos e o exercício concreto das obras de misericórdia. (Mensagem do Papa João Paulo II à Ordem do Carmelo, em 2001,  por ocasião do ano Jubilar dos 750 anos da Entrega do Escapulário por Nossa Senhora a São Simão Stock, em 1251).

 – Fontes Consultadas:

a-) “Manual da Confraria do de Nossa do Carmo” –  edições 1986 e 2006, com aprovação eclesiástica.

b-) “A Ordem dos Carmelitas – História, Espiritualidade, Apostolado” – Pro-manuscrito – edição 1986 – traduzido para o português pelos Padres do Seminário Menos dos Padres Carmelitas, da obra original dos Irmãos Carmelitas da Colombia. Não consta editora.

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Salve Regina cantada em Latim  – Notre Dame –  Paris

Fonte do Video:  bispofr

De acordo com o Capitulo 2 da Constituição Carmelitana, alínea “d”:  Nos sábados, bem como nas solenidades e festas da Virgem Maria, ou nas suas vigílias, há-de cantar-se a Salve.

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Mensagens de Nossa Senhora do Carmo neste Apostolado dos Sagrados Corações Unidos de Jesus e de Maria

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Ato de Consagração a Nossa Senhora do Carmo

Ó gloriosa rainha dos céus, / estrela radiante e formosura do Carmelo, / Virgem Imaculada, / excelsa Mãe de Deus, Maria Santíssima, / levando sobre o meu peito o santo Escapulário, / consagro-me inteiramente ao vosso serviço. / Aceitai-me como vosso filho e servo. / Faço o propósito de honrar-vos sempre, / ser fiel ao vosso amor, e imitar vossas virtudes.

Revestido do santo Escapulário, / peço com toda a humildade, / que ele seja para mim um sinal de salvação, um manto protetor nos perigos, / um penhor de vossa aliança, / conservando-me sempre vosso fiel servo / e de vosso divino Filho.

Ajudai-me sempre, / mas especialmente na última hora. / Fazei que se realize em mim a vossa promessa / que todo aquele que morrer com o santo Escapulário / não sofrerá o fogo eterno.

Ó clemente, / ó piedosa, / ó doce sempre virgem Maria / Amém.

Reza-se a Salve Rainha.

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